Gerson tem imposição física, qualidade técnica e leitura de jogo. Características que o colocam como real substituto de Lucas Paquetá. Meio-campista completo.
Não verei nada igual a essa temporada do Flamengo. Teremos, claro, outros grandes campeões, mas dificilmente com essa rara combinação de titulos, recordes e grande futebol. A ficha de todos só cairá em vinte anos. Hoje é dificil medir o tamanho desse time.
Quando Luiz Araújo deixou Bruno Henrique na cara do gol contra o Athletico em sua estreia, eu percebi que ele seria importante, mas não passou pela minha cabeça que ele fosse tão faminto pela bola.
Gosto de reparar nas soluções que Filipe Luís encontra. O artifício que usa para iludir a marcação, passando o pé sobre a bola enquanto o companheiro escapa e a brecha se cria. Um time cujos coadjuvantes prendem tanto a atenção quanto os protagonistas. E como se movimentam.
Jesus não esperou uns minutinhos até o vestiário para desabafar sobre o que lhe incomodou em campo. Mostrou o que é: um líder inquieto. E essa inquietude do mister é a alma do sucesso do Flamengo até aqui.
Gerson é o melhor jogador do Flamengo no campeonato. O que menos oscilou. Foi importante nos bons e nos maus momentos do time até aqui. Liderou os jovens contra o Palmeiras em meio ao surto de covid e agora comanda tecnicamente os experientes na reta final. Ele tem 23 anos.
Romário, 29 anos, campeão mundial, recém eleito melhor do mundo pela FIFA, foi anunciado pelo Flamengo em Barcelona, diante da atônita imprensa catalã, na presença do presidente do clube blaugrana, Joan Gaspart. Está registrado. Isso não voltará a acontecer.
O futebol brasileiro jamais viu algo parecido com esse Flamengo. Esse time. Essa dupla histórica de atacantes. Essas marcas. É inédito e talvez não se repita. Para guardarmos na lembrança.
Filipe Luís disse que nunca viveu um ambiente como esse do Flamengo. Ao menos seis titulares vivem o auge da carreira. Os rubro-negros dessa geração desfrutam o melhor momento de suas vidas. É como se jogadores e torcedores provassem juntos do mesmo milagre.
Renato perdeu a chance de sair de maneira honrada. Aceitando a pisa humildemente. Ninguém o contestaria. Afinal, o Flamengo é unanimidade hoje. Mas ele disse: "foram cinco falhas nossas". Reconhecer os méritos de um estrangeiro aqui parece heresia para os técnicos brasileiros.
Com a iminente chegada do Filipe Luis, que seria titular indiscutível, preciso elogiar o trabalho do Renê. É um jogador útil e constante. Nunca prometeu brilho, refino. Ele entrega o que promete com regularidade. Respeito muito isso.
Já que usam jogos de pré-temporada e estreias para criticar Vitinho, usarei os mesmos jogos para mostrar os acertos do jogador e os desperdícios dos companheiros. No último lance, Vitinho prefere arriscar a confiar no péssimo aproveitamento dos companheiros desde a Florida Cup.
Trabalho surreal de Jorge Jesus. De causar inveja. O argumento do time caro (usado por colegas) ficou sem sentido. Nas últimas semanas, o mister perdeu quatro titulares (hoje o quinto) e manteve os resultados. Não dá. Observem e aprendam.
Ouço reclamações de uma suposta falta de intensidade de Arrascaeta. Uma bobagem. O uruguaio nunca se entregou tanto como agora. Tem sido mais intenso com Jorge Jesus. Não confundir com carregar amalucadamente a bola. Não é o estilo dele. Ele é vertical e preciso.
Flamengo superou todas as minhas expectativas em 2019. E obrigado, principalmente, ao Jorge Jesus, por trazer esse ano fantástico ao clube. Gratidão eterna.
A pedidos: Arrascaeta (2019) x Rondinelli (1978). *Peço à Globosat para não denunciar ao DMCA como tem feito. Não uso vídeos para promoção pessoal, lucro ou a reprodução em si, mas para ilustrar críticas ou comentários. O uso justo (Fair use), sem intenção de lesar o detentor.
Às vezes o Nico não consegue disfarçar sua frustração com a apatia ao seu redor. Além de correr e tentar o tempo todo, ainda precisa gesticular para que seus companheiros se movam.
Foi de 4 ou 5 minutos a diferença de tempo entre a avalanche de ontem e a do primeiro tempo no 1 a 1 pela Libertadores. Em 2019 durou 15 minutos, com lances aos 8, 9, 14, 19 e 23. Já ontem durou 20 e não teve o Néstor Pitana para anular os gols de Éverton e Gabriel.
Gabigol deu moral pro Dome logo após fazer o gol que evitou a derrota do Flamengo diante do Grêmio. Atual campeão brasileiro teve muita dificuldade no jogo desta quarta
A culpa não é sua, Gabriel. A culpa é de quem não entendeu que o Flamengo está há 467 dias, mais de 11 mil horas sem um treinador à altura do elenco mais caro da história do clube.
Estão tratando a expulsão do Rodinei como uma aberração. E não é raro ver expulsões em lances assim. Pelo contrário: expulsão por imprudência em bola dividida é tão comum que o próprio Inter se beneficiou de um lance violento assim recentemente. Mas esse assunto não será pauta.
Não é o Fla de 2019. É outro, e com potencial de ser até melhor. Não em termos de recordes, mas de qualidade de futebol. Ano passado havia limites para melhorar. Hoje há um Thiago Maia, por exemplo, que aumenta muito a capacidade do time. E lembre-se: é início de trabalho.
Eu desconhecia o que era velocidade de raciocínio no meio-campo do Flamengo, toques lúcidos de primeira. Lembro a sensação de liberdade de quando troquei o HD pelo SSD, ou a discada pela banda larga. Outra coisa. E Arrascaeta está sem ritmo.
A quantidade de vezes que o Lorran mata no peito durante o jogo me dá uma sensação de domínio do ofício comparável àqueles cantores que usam e abusam do repertório vocal, nos fazendo acreditar que é fácil. O jogo dele mistura beleza e imponência física. É bonito de ver.
Já vi muitos Flamengos, Flamengos que jogam como Flamengo, Flamengos frágeis e difíceis de definir, mas nunca vi um Flamengo que cria tantas chances e simplesmente não sofre gol. Nunca vi um Flamengo tão dominante taticamente.
Nem forçando uma disputa desigual os covardes venceram. Parabéns ao garotos que obrigaram um comentarista da ESPN que ladrou a tarde inteira a dizer, com o rabinho entre as pernas, "os garotos jogaram como gente grande". Não, Zé, eles não foram grandes. Eles foram gigantes.
Gabigol é o jovem com mais gols em uma temporada do Flamengo desde Bebeto com 31 gols em 1986. O baiano também marcou 34 gols em 1988. Se Gabriel superar essas marcas, será o artilheiro da temporada mais jovem desde Zico em 1975. Naquele ano o galinho fez 51 gols aos 22 anos.
Éverton Ribeiro vale cada centavo, um dos melhores investimentos que o Flamengo fez. Quatro anos mais velho, cumpre função tática, decide jogos, corre mais em comparação a 2014 quando foi eleito o melhor do campeonato. Dedicação e qualidade admirável.
O Thiago não foi só bem. Ele foi o que faltava para o Flamengo sair de trás e chegar na frente com a facilidade, com o passe e com a força física que havia quando o Gerson ainda estava lá. Não tem a ver com birra, tem a ver com a urgência de rejuvenescer e fortalecer o meio.
Na ânsia de resumir o Filipe, a gente soterra os outros com vários adjetivos. Se eu pudesse resumi-lo em um só, diria que ele é preciso. Preciso no bote, no passe, no posicionamento, no pensamento.
Gallardo convocou os hinchas aos 85 minutos. "Bamo bamo carajo!" Estava seguro do título. Nem desconfiava que o Flamengo não desiste antes dos 88 (43). Uma lição que jamais esquecerá.
Recebi pedidos para comparar os gols de Bruno Henrique e Elias. O objetivo é comparar movimentos. Satisfazer a curiosidade. Desnecessário apontar diferenças de contexto e proporção. São óbvias.
O Flamengo entrou da zona de conforto após o Grêmio. Isso é tão natural quanto indiscutível para mim. Precisa voltar rápido ao estado anterior. Não se trata de espetáculo ou goleada. Falo de foco e mobilização.
Everton Ribeiro é o que mais se aproxima do status de intocável para mim. O ponto máximo do futebol dele o coloca na posição de melhor do time. Fácil. A inventividade, o jogo fluido e perigoso, a inspiração. E sem marketing, o que aumenta a minha admiração.
Jesus primeiro agradou os amantes do jogo bonito. Depois, contra o Fortaleza, satisfez os adeptos da vitória sofrida no final. E hoje, finalmente, conquista os fãs da vitória na bola e na porrada. O Mister é um sujeito democrático. Seu time contempla todas as tribos do futebol.
Esses são os três ‘momentos Everton Ribeiro’ de que mais me lembro. Não pela beleza porque não resumem o seu futebol, mas pela importância. Em cada um deles, o jogo estava difícil, e uma ação dele mudou para sempre a nossa trajetória.
O Flamengo fez 4 a 0 jogando com 10 jogadores em campo no segundo tempo. O Flamengo fez quatro a zero no Grêmio, do Felipão, em Porto Alegre, jogando com dez jogadores no segundo tempo, com gols de Bruno Vianna e Rodinei. Alguém tem o link do programa da Rádio Gaúcha?.