Iuri
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Curuzú Cuatiá
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Luiz Inácio retorna com o discurso de um radicalismo indefensável: quer vacinar a população brasileira, reorganizar o auxílio emergencial e socorrer os estados. É praticamente o programa de uma guerrilha maoísta do interior de Santiago del Estero no começo dos anos 1960.
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Não há maior verborragia de adjetivos que numa transmissão BR de uma partida de Champions League: qualquer jogo é histórico, qualquer palco é um templo, qualquer jogador é lendário, qualquer lance é incrível, qualquer finalização é maravilhosa, qualquer elenco é fortíssimo.
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Cabe escrever um apêndice materialista à "Estética do frio" em que são enumeradas as falências estruturais do Rio Grande do Sul no que diz respeito à calefação, ao vestuário, aos materiais empregados na construção das moradias, etc. Aqui nos cagamos de frio porque falta plata.
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Montevideo - por muito tempo o cenário único do futebol uruguaio - tem dezenas de canchas. Entre estádios mundialistas, canchas novas, históricos redutos de bairro e campos minúsculos, hoje são mais de vinte, em uso, entre as três divisões do futebol oriental.
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Sempre que se está ficando demasiado exigente em relação a alguns produtos básicos (café e cerveja, principalmente, mas não só), recomenda-se um vigoroso passo atrás. É preciso amansar o gosto.
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A tevê não os alcança, não são pontos turísticos, soam por vezes invisíveis dentro da própria cidade e seus frequentadores se parecem, para além das coordenadas específicas. Depois do caso uruguayo, eis uma compilação de fachadas de estádios do interior do Rio Grande do Sul.
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Walter Kannemann, Pedro Geromel e a gurizada da base não mereciam este descenso. Tampouco os gremistas que estivemos até o fim nesta intempérie. No mais, está tudo dito na foto do
@Ducker_Gremio
.
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Nenhum produto gaúcho é menos compreendido no resto do país do que o Gre-Nal. Um despachante aduaneiro de Burkina-Faso ou um nadador de Curuzú-Cuatiá tendem a entender melhor o clássico do que um paulista, e ao que parece será assim por mais cem longos anos de delícias e agonias.
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Na foto, o Rosario Central campeão do torneio Nacional de 1980. Sim, o goleiro - Ricardo Ferrero - atuava com uma camiseta do Grêmio (!). Foi, ao que parece, um regalo de Manga depois de um amistoso disputado entre os clubes no final da década anterior.
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Falta uma boa literatura sobre o litoral gaúcho. Alguém há de fazer destas terras desoladas, deste vento ingovernável, dos hotéis decadentes há trinta anos, dos quiosques que apenas rompem o ermo um objeto para a narrativa ou a poesia.
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1. Na semana passada, vários dias antes do Boca x Deportivo Cali que terá lugar amanhã na Bombonera, atracaram em Buenos Aires os primeiros barras do clube colombiano.
2. Ato contínuo, os torcedores do Cali começaram a colapsar pela Capital Federal e chegaram a Avellaneda.
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O Grêmio joga a cada oito dias e cada vez joga pior. O Grêmio, com dezenas de milhares de sócios e vendas de jogadores, monta um elenco que não compete na Série B. E, fora um ou dois, os jogadores desconhecem a camiseta que vestem. Nenhuma indulgência, tudo é vergonha.
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A discussão sobre ter sido ou não o maior jogador da história é estúpida e insuficiente, porque Diego foi bem mais do que isso: foi uma maneira desesperada de sentir, uma vida intratável - e um deus sujo, como sugeriu Galeano.
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Nós, os gaúchos com operações no joelho, sentimos as chuvas e a instabilidade elétrica (quem sabe também as tristezas) de Itaqui, Livramento, Uruguaiana, Aceguá. Somos radares móveis e mal remunerados. Pois conto a vocês: choverá forte em Porto Alegre nesta madrugada.
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Um curioso outdoor nas aforas de Santa Maria anuncia ao passante: "bem-vindo ao Rio Grande do Sul". O estranho é que, para alguém estar ali, tenha vindo de onde quer que seja, já se encontrava nos limites da província há pelo menos umas três horas de viagem.
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A briosa torcida do Manchester City, para coroar a transmissão, perde a chance de entoar um "jugadores / la concha de su madre / a ver si ponen huevo / que no juegan con nadie" e aplaude palidamente o plantel derrotado.
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Na véspera, a barra do River Plate perdeu centenas de ingressos, quem sabe falsos, para a partida de hoje, e milhões de pesos em operação policial; hoje teria sido a vingança. Não tem quase nada a ver com futebol: é poder e dinheiro, de novo.
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Ver o Atlético do Paraná contratando o melhor jogador do futebol uruguayo em vários anos enquanto o Grêmio chafurda na Série B me faz pensar: quero viver o mundo que virá? Também o colapso do clima me provoca pensamentos similares.
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Olhos bem abertos diante dos covardes envergonhados de ontem, dos canalhas sem pudor dos nossos dias. E orgulho dos que lutaram e dos que nunca esqueceram.
#NuncaMais
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O Internacional não se solidariza com um plantel adversário agredido a pedradas no ambiente do próprio estádio. Assim fica difícil acreditar em repúdio real à violência.
O Gre-Nal 435 está oficialmente adiado, uma nova data será informada em breve. O Sport Club Internacional repudia veementemente todo tipo de violência e reforça a importância da
#PazNoFutebol
. 🏳️
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Dois times do interior gaúcho jogam pela primeira vez em São Petersburgo; por enquanto o Pelotas domina as ações, ainda que o Inter de Santa Maria resista com dignidade defensiva.
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Cabe toda a diversidade humana, em sua vastidão, heterogeneidade e desordem, em um Unesul que deixa a rodoviária de Porto Alegre no miolo da sexta-feira de fevereiro e se desloca para a nublada praia de Imbé.
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Há uns dez anos, numa tarde de futebol no estádio Centenario, vi pela primeira vez a faixa da torcida do Liverpool montevideano, a faixa que diz: Nunca lo van a entender. Foi quando tirei essa foto.
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Escolho começar por Belvedere, no oeste da cidade. Onde antes havia chácaras, caminhos de trem e certa produção industrial, ergue-se o estádio do Liverpool - cuja graciosa entrada aparece entre frondosa vegetação. A cancha negriazul leva o nome do bairro.
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Chove forte em São Paulo, me vejo ilhado numa galeria do Centro, aos poucos tento avançar sob marquises. Uma moça me aborda para pedir dinheiro.
- Boa tarde.
- Boa tarde.
- Você é gaúcho.
- Sim.
- Morei no Partenon, quando era nova namorei o irmão do Nitro Di, do Da Guedes.
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Alguns destes espaços são conhecidos mesmo para os que não os frequentaram: as paredes do Centenario, do Parque Central e, há pouco, do Campeón del Siglo, habitam o imaginário futeboleiro. Mas há um sem-fim de outras canchas - eis, aqui, um desfile de capturas via Street View.
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Não muito longe dali (a poucas quadras, na verdade), encontramos o idílico Prado de Montevideo. E, no bairro-parque, três estádios de futebol rompem o silêncio da enorme área verde. O da foto é o Parque Viera, do Wanderers, um dos mais bem equipados da Primeira Divisão uruguaya.
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Vizinho de bairro, mas com torcedores espalhados por toda a capital, achamos a sede do Danubio nas cercanias do Hipódromo de Maroñas. A captura de tela nos oferece objetos à venda na rua, uma carroça e, pintada no muro do Estádio Jardines del Hipódromo, uma frase desesperada.
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Gosto muitíssimo da Porto Alegre destes tempos suspensos de dezembro: gente caminhando um pouco a esmo, lugares em outro ritmo, mais ruídos de barcos e de pássaros, um pouco de respiro para as fachadas velhas do Centro. Ainda mais quando sob céu nublado e temperatura quase amena.
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Na parte baixa do bairro, nas margens da importante Ruta 1, vemos o Luis Tróccoli, campo do Club Atlético Cerro, clube que ostenta quem sabe a terceira maior torcida da cidade - los villeros. A imagem revela a intrincada arquitetura do pavilhão da cancha quando vista desde a rua.
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O coqueto Estádio Olímpico do Rampla Juniors tornou-se famoso continentalmente pelas visões fluviais que oferece desde o campo de jogo e que incluem gandulas em canoas e certo trânsito de navios. Aqui, seu pórtico e suas bilheterias. O Rampla hoje compete na segunda divisão.
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A metros do alvinegro Parque Viera, também nos costados do Prado, levanta-se o Estádio José Nasazzi, campo do Bella Vista (flamante campeão uruguaio de 1990), que hoje tenta se reerguer desde a terceira categoria. Há, ao menos, portões escancarados para o curioso visitante.
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Ainda no oeste, mas a caminho do rio, firma-se o reduto de outro cuadro chico campeão - trata-se do Progreso, vencedor de 89, cuja cancha se embrenha entre as refinarias de combustível de La Teja. O Parque Paladino exibe um gramado impecável nos últimos anos de Primeira Divisão.
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@mauribrum
se Onyx ficasse trancado numa cela (não estou sugerindo nada), inteiramente incomunicável durante todo outubro, talvez fosse eleito governador. mas deixaram ele se movimentar e falar...
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Também situado em uma área aberta, mas em um trecho do nobre Parque Rodó, abre-se o belíssimo Luis Franzini, palco do tantas vezes campeão Defensor Sporting. A fachada já anuncia a explosão violeta que se estenderá para as tribunas e caminhos do campo de jogo.
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Pequenos respiros na intempérie: o tronco que ocupa a presidência da República vaiado pelos doze mil locos que vão a um Grêmio x Vila Nova na noite de sexta (me incluo).
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Um mural que retratasse os membros da Torcida Jovem do Grêmio, a cúpula dos Anti-Bala ou a formação dos taxistas da Estação Rodoviária seria, sem dúvidas, um mural melhor.
Quem são os empresários que também ganharam destaque no muro da Mauá
#EstamosEmObras
#r
ádioGaúcha
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De La Teja ao Cerro, populoso bairro operário da capital, zona de antigos frigoríficos e de Cerro e Rampla, aguerridas agremiações montevideanas. A pizzaria RamCer - nas cercanias da sede do Rampla, mas com as cores predominantes do Cerro - os saúda em aparente neutralidade.
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Haveria outros a recortar, é claro. Montevideo é tão futeboleira como Buenos Aires. Mas nem todos aparecem na câmera do Street View, outros não se mostram junto às vias e alguns não trazem indicação do clube que ali manda as suas partidas. De todo modo, estão para se descobrir.
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Hoje um relógio místico me conta que se cumprem trinta anos do começo desta acidentada exploração pelos descampados do sul do mundo. Cá estamos, pues: vivos, vigentes, às voltas com clubes que descendem de forma violenta, com as beiras de rio, com cidades que espantam e instruem.
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Não é alcoolismo se é janeiro no Rio Grande do Sul; não é alcoolismo se janeiro se prolonga ao infinito; não é alcoolismo se nos sufocam três ou quatro ondas de calor; ou talvez seja, mas só em abril poderão nos julgar.
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O critério primeiro é: canchas do acesso. Os metropolitanos e os grandes de Caxias e Pelotas estão sempre na Primeira e Jader Rocha narra desde ali nos sábados de verão. Em Bagé, no entanto, não é assim há um bom tempo. Veja-se a Pedra Moura, do Grêmio Bagé, de devassos convites.
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Eu te vi olhar os barcos turcos cruzando o Jacuí; te vi deixar as escadarias do Centro Baixo para subir o Viaduto; te vi crescer na intransigência, na brabeza, na beleza, na doçura. Foste o animal mais belo, a gata sagrada que jamais imaginei. Nunca te voy a olvidar: prometo.
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A faixa de Obdulio bem atada no braço. Escrevi um perfil de Diego Godín, o capitão do Uruguai, para o sítio do
@ceconello
no
@globoesportecom
:
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Os gaúchos vimos essas naves durante meses e nos contentamos em ficar mais tempo tomando mate junto à janela, observando desconfiados o firmamento; os americanos, na primeira visão, trataram de derrubar os visitantes na bala. A diferença civilizatória é gritante.
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Obdulio Varela, conta-se, viveu na barriada de Villa Española, nordeste de Montevideo. Situado nas imediações, o quadro que leva o nome do bairro brinda por Obdulio em seu estádio. Hoje o combativo Villa briga pelo acesso no certame da segunda divisão nacional.
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Nunca tinha visto este Liverpool jogar. Gostei das saídas rápidas e dos pés sempre firmes. Lembra um pouco o atual Rentistas, que retorna à elite uruguaia.
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Para os lados do oeste, entre cemitérios, quartéis e distribuidoras de cerveja, instala-se o abrigo do rival, o Internacional de Santa Maria. As súmulas chamam de Presidente Vargas, mas todos sabemos que se trata da Baixada Melancólica, a terra sagrada de Badico, Peruca e Josiel.
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De volta aos bairros cêntricos, o passante que costeia o Parque Batlle - onde sesteia o mítico Centenario - também encontrará diminutas canchas. A da foto revela a entrada, numa das trilhas do parque, para o Méndez Piana, estádio do Miramar Misiones.
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Ou o mítico Estrela D'Alva, do Guarany. O Abelhão e o Índio somam três títulos de primeira divisão do Gauchão, oito finais e, nas últimas décadas, largas demoras no Ascenso. Na foto, a entrada para a secretaria do alvirrubro e, à esquerda, uma visão fragmentada do pavilhão.
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Roger Machado Diligências e Eventos em Geral: te goleia de local e visitante, te baila, te despede treinadores e te reorganiza o calendário.
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"Estou recebendo uma ligação do deputado [sic] Onyx Lorenzoni", diz o narrador da Rádio Gaúcha, em meio à crise do Internacional. É simplesmente impossível ACESSAR o Brasil de 2021 desde um ponto de vista racional.
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Já li mil vezes sobre a proximidade bélica entre as canchas de Avellaneda, e mesmo sobre a vizinhança triangular no Prado de Montevideo, mas não imaginava que os estádios de Campinas distavam dez minutos, a pé, um do outro. A descoberta pertence aos meus Estudos Brasileiros, rs.
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Erva-mate que esclarece ser "sem adição de açúcar": mau sinal. Indício de que esse delito foi ao menos cogitado no processo.
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No extremo leste de Livramento, resguardado por um cão que se crê alheio ao sol e aos dias, surge o Miguel Copatti, do Armour, clube fundado por trabalhadores do frigorífico de mesmo nome. O Grêmio de 1981 jogou ali, com o riverense Hugo de León já com a jaqueta tricolor.
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@mauribrum
Ia botar o Rafael Thyere de terceiro zagueiro para espantar uma bolinha bandida que por acaso aparecesse.
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De Bagé a Santana do Livramento, onde encontramos um terreno farto para as fachadas. É certo que a do 14 de Julho flerta com a visão de ruínas, mas é mais provável que se trate de uma pequena obra junto às bilheterias do estádio João Martins, berço do brioso Leão da Fronteira.
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Todo périplo encontra o seu final, e esse se fecha nos Campos de Cima da Serra, em Vacaria, a Potosí do Rio Grande do Sul. No retrato, vemos a barra-brava que se dirige, não sem ruído, a mais uma partida do Glória no vetusto Estádio Altos da Glória. E todo o resto é saudade.
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Bonita a atitude de
@SCInternacional
e
@Gremio
, mas que não se ignore a maior das tristezas envolvidas: que uma cidade continue naturalizando o fato de quase quatro mil pessoas viverem na rua.
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Hoje utilizei a palavra potente - para elogiar a intensidade de um fogão na preparação do almoço - e ainda assim senti certo constrangimento. Essa palavra está por ora estragada, será preciso esperar de três a quatro anos para voltar a usá-la mesmo em seu registro literal.
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Creio que muitos santa-marienses sentimos, mesmo anos depois, uma ideia de irrealidade que permanece sobre a tragédia da Kiss: pela proporção, assombrosa para uma cidade média do interior, e pela proximidade, já que tudo se deu em espaços íntimos para quem ali viveu a juventude.
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13. Ao que parece, o trapo roubado, que leva o nome da cidade de Burzaco, ainda não foi encontrado pelos grupos racinguistas, que não devem sossegar.
14. O Racing também entra em campo amanhã: pela Suda, pega o River de Montevideo, no Cilindro e ao final da tarde.
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Ainda ao sul, mas para os lados da Lagoa, flagramos o Aldo Dapuzzo, do São Paulo de Rio Grande, uma das mais amplas canchas do interior. O SCSP hoje disputa o Acesso, sendo favorito a subir. O disparo não mostra a imponência do estádio, mas ao menos revela mais um vulto canino.
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Ninguém ignora que o sul começa e termina em Santa Maria, de modo que aqui se inserem duas das canchas mais estratégicas do interior. Cercado por morros e com o velho pavilhão de madeira ainda presente ao fundo, brilha o estádio dos Eucaliptos, do Riograndense Futebol Clube.
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Ao mosaico "Inferno", que o Flamengo mostra no Maracanã lotado diante do Galo, o Grêmio exibirá o mosaico "Inverno" contra a Tombense, no chuvoso sábado porto-alegrense por chegar.
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Num mercadinho do Centro, um loco pega três latas de Glacial da geladeira e pede para passar seis reais no débito e seis no crédito. O "caixa", uma criança de uns dez anos, aceita a transação e pergunta: "mas é boa essa cerveja?". O loco responde: "pois é a melhor que tem".
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3. Quarta passada jogavam Racing x Melgar, do Peru, no Cilindro. Na madrugada posterior à partida, os barras do Cali invadiram o estádio vazio e roubaram uma bandeira da Guardia Imperial, do Racing.
4. Horas depois, postaram um vídeo com o trapo, debochando afú dos racinguistas.
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Ali do lado, a menor distância do que vemos entre os estádios de Racing e Independiente, e a metros do Uruguai, está o pórtico do Honório Nunes, do Grêmio Santanense. Inimigo íntimo do 14 e campeão gaúcho de 1937, o Grêmio vagou pelos túneis do acesso e hoje sesteia, licenciado.
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Duas doses, três copas, dois descensos. Não é simples o coquetel da vida. Foto por
@mauribrum
, nas imediações do vergonhoso muro da Mauá.
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De Rio Grande a Pelotas, ou ao Fragata, bairro do Farroupilha, a terceira força da cidade. Flamante campeão de 1935, o clube mudou de nome para homenagear o centenário da maior trifulca destas terras. Vizinho do campo-santo, o estádio Nicolau Fico impõe-se na avenida Duque.
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Ah, um estádio de primeira divisão? Não se trata exatamente disso, pois sabemos que o 19 de Outubro, em Ijuí, é terreno que pertence aos corações de todo o Ascenso. O pavilhão é belíssimo e, nos arredores, ao menos até pouco tempo atrás, organizava-se o célebre camelódromo local.
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Terça-feira de Carnaval: o Grêmio é eliminado na primeira fase da Copa do Brasil pelo Mirassol em transmissão da Amazon Prime. Com um amigo, busco um bar; na mesa ao lado, um piá véio aluga uma mina por noventa minutos ao relatar ser abandonado pelo pai. É 2022 e ainda faz calor.
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Dos tempos atravessados: morre o meu avô a trezentos quilômetros de onde estou e sequer posso viajar para o velório; não chegaria a tempo, não seria responsável com os que estão. Dói.
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Encontro, em um sebo, um livro de um grande pesquisador argentino autografado para um famoso professor brasileiro. O destinatário do autógrafo está vivo, o livro se encontra em perfeito estado. Nunca foi lido, sequer folheado. Daí partem algumas especulações.
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9. Hoje, numa estação de trem ao sul da Capital, parte da barra racinguista encontrou outros dois barras do Cali; eles foram esfaqueados dentro de um vagão.
10. A torcida do Cali prometia para a noite um bandeiraço em pleno Obelisco, festa mórbida que aparentemente não aconteceu.
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Cite um estádio que gostaria de ter conhecido e já não será possível conhecer: por aqui, La Doble Visera, Avellaneda.
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7. Houve dias de um silêncio nervoso e, na madrugada de ontem, dezenas de barras do Racing saíram por Buenos Aires para caçar os colombianos e recuperar o trapo.
8. Dois foram encontrados numa espelunca da avenida Corrientes e acabaram espancados. Nada da bandeira, no entanto.
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11. Agora, neste momento, o Independiente, rival de toda a vida do Racing, entra em campo no LdA pela Sudamericana. Na prévia, por outros motivos, houve confronto com a polícia e mais de cem foram detidos.
12. Amanhã à noite jogam Boca Juniors x Deportivo Cali na Bombonera.
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5. Os barras do Cali estavam em um lugar não identificado da Grande Buenos Aires, no que parecia ser um hotel decrépito. No vídeo, se diziam donos da cidade e tremulavam a bandeira.
6. A barra-brava do Racing jurou os torcedores do Cali de morte.
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Podíamos, os santa-marienses, os pelotenses, mesmo os porto-alegrenses (forçando bastante a barra) oferecer uma consultoria (cobrando em euro, por suposto, e sem piedade) pra essa gurizadinha não se estropiar no inverno sem a calefação do Estado de bem-estar social.
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Na pampeana São Gabriel, terra de suaves coxilhas e de emotivos militares, reina solitário o estádio Silvio de Faria Corrêa, casa do antigo São Gabriel, do novo clube homônimo e dos finados Gabrielense e Cruzeiro, entre outros. O hoje Esporte Clube São Gabriel se aventura na B.
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A quilômetros dali, a vizinha e mateadora Venâncio Aires exibe caprichosa o coqueto Edmundo Feix, palco do Guarani, clube que despontava na parte alta de todas as tabelas do começo do século. A movimentação na captura denuncia um dia de treino com posterior coletiva de imprensa.
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Imagino que exista um consenso tácito de que garis, trabalhadores do comércio essencial, motoristas e cobradores de ônibus deveriam saltar vários degraus na fila da vacinação, não? E cada vez menos ouço e leio algo sobre essa demanda lógica. É um escárnio que não seja assim.
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Em Santa Cruz, novos Eucaliptos, mas desta vez ausentes da paisagem, quem sabe atordoados pelo céu de inverno, como o restante da vegetação. Aqui joga o Esporte Clube Avenida que, ao que consta, por estes dias ainda habita as planícies do Acesso.
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Na noite do 25 de dezembro, caminhar pela cidade vazia e descobrir um baile num clube decadente, três carrocinhas de lanche abertas, certa luta corporal por um cigarro encontrado no asfalto e umas quantas nuvens carregadas, mas que parecem guardar toda a água para o ano que vem.
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Scaloni, técnico campeão mundial com 40 anos, vê-se numa encruzilhada difícil: não existe glória maior por vir e há muita vida pela frente. Resta alugar um barco e percorrer as águas de Entre Ríos pelas próximas três décadas.
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Gosto muito dessa foto que, mais além da cancha do Centro Atlético Fénix, mostra uma perfeita Montevideo noir: a névoa sobre o rio, o Centro fantasmático do outro lado da baía, os edifícios populares na sombra do bairro Capurro.
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Também é preciso que façamos a nossa parte para que, nesses primeiros caminhos de março, se acabe o verão. Vestir uma calça. Abrir uma garrafa de tinto. Espreitar as modificações na relva e na água. Chamar o outono com todas as forças.
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