Bruna Rocha
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“Cantar como quem resiste e resistir como quem deseja” • Jornalista, cantautora, trabalhadora da palavra.
Salvador - Ba
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Escrever é decidir, por isso, tão difícil. Seja um tuíte ou um livro. Um artigo de jornal ou científico. Uma carta de amor ou uma tese de doutorado. Escolher uma palavra e não outra. Se expor à perda. Não se pode dizer tudo, é, portanto, assumir o risco de escolher o que dizer.
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Namoral, nascer em uma família não religiosa já é um adianto de vida viu.
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Entendo uma esquerda que ja nasceu caviar não ter referência no Lula. Não viu a geladeira chegando. Não viu o bairro mudando. Não viu a escola colorindo. Não viu caipira voando. Não viu preta elegendo. Viu tudo pronto. Mas quem viu, mermão. Quem viu não esquece!
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Sou de um tempo que o conceito de amor era ter uma foto 3x4 da pessoa na carteira. Devolvam meus anos 90 aí namoral!
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Namoral, precisamos sair do negacionismo. Não importa se a marcha nazi em bsb tinha 300 ou 30. O que importa é que ela aconteceu, dentro da legalidade, dentro da normalidade. Um ato de teor nazista. Estamos chegando num nível gravíssimo dessa palhaçada e não devemos subestimar.
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Minha vida ficou muito mais leve quando eu entendi que não tenho dívida nenhuma com a minha família. Que eu ter nascido foi escolha e desejo de outros e que quaisquer responsabilidades que eu queira ter com eles deve partir do desejo e do amor construídos. Nunca de uma fatura!
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A leitura de Gil sobre Juliette tá certa! Ela é muito egocêntrica mesmo! Mas também a leitura de Juliette sobre Gil está correta. Ele é muito caça validação alheia sim. E das pessoas erradas. Mas com Rodolffóbico ele acordou e falou bonito: “prefiro te trair do que me trair”.
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Nem toda experiência é pra ser contada. Nem toda escrita, publicada. Nem toda alegria, postada. Nem tudo na vida pode ser narrativizado. Algumas coisas devem permanecer assim… em silêncio, em segredo, em si mesmo, no firmamento da memória, numa intimidade inatingível…
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Há muita romantização sobre a ideia de que se deve conversar tudo numa relação. Ora, não se fala tudo tudo nem ao espelho. Porque haveríamos de falar a pessoa com quem estamos? Mais um dos mitos da fábula da « relação saudável », a transparência. Ou seria: mecanismo de controle?
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A sociedade do espetáculo faz crer que o amor está em grandes atos. Declarações, presentes caros, grandes sacrifícios. Manobras narcísicas pra inglês ver. Amor é feito de outra coisa. Das lacunas. Dos detalhes. Da escuta generosa. Torcida silenciosa. Do que não cabe na palavra.
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Li uma matéria sobre “ghosting de amizade” e seus efeitos no sujeito. Uma abordagem bem simplória. Manter laços é algo complexo, no campo do desejo. É preciso suportar que nem sempre há no outro desejo de nutrir laço conosco. E seguir a vida. É simples? Não é. Mas é o que é.
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A relação começa depois do nirvana. Quando ninguém aguenta mais sustentar a performance da conquista. Abaixar as armas do ego e relaxar ao lado do outro. Viver o tédio, a rotina, a TV, o jornal, o futebol, as manias, as coisas indivisíveis. E ainda poder achar graça de tudo isso.
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Malhar é terapêutico, mas não produz mudança subjetiva. Laços são terapêuticos, mas não substituem a escuta clínica. Nem tudo que é terapêutico pode apaziguar a angústia. Freud explica: “A fuga é o instrumento mais seguro para se cair prisioneiro daquilo que se pretende evitar”.
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Desistir é uma arte dos maduros. Tem uma hora que o maior aprendizado é saber recuar diante do que não avança. E não é sobre conformismo não, viu? É fazer uma economia mais prudente de nossa energia. Desistir do que só desgasta. Desistir do que não dá pé. Desistir para seguir.
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O amor precisa de palavras, fato. Mas não necessariamente de eu te amos. Palavras gentis cotidianas. Palavras honestas, conversas. Palavras concretas, ação. Palavras no ouvido. Palavras no olhar. Tá mais pro código particular do que pra grande declaração. No mais, só aparências…
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“Eu acho que quando duas pessoas conversam e tentam se escutar, elas estão fazendo amor”.
“É engraçado fazer feijão pra uma pessoa só. Uma manhã inteira na cozinha bancando a solidão”
A escrita de Olga Amazonas ecoa no corpo. Deixa marcas na pele, nas palavras e no silêncio.
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Mulheres que maternam homens nas relações. Gerenciam carreira, são fãs n1, marcam consultas, incentivam estudos, lembram compromissos, escutam problemas, propõe soluções, mediam conflitos. No fim, a função materna produz mulheres sobrecarregadas e homens acomodados e sufocados.
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Não tenho nada contra relações monogâmicas e não-monogâmicas. A vida amorosa de cada um não mobiliza. O que eu tenho sustentado é que amar é da ordem do pulsional e não do ideológico. Não se aprende a amar frequentando grupos de estudos ou igrejas.
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Essa ideia de que "se foi duro pra mim tem que ser duro pra você" é da mais profunda memória colonial. Precisamos ser agentes de refração da dor, de iluminação do caminho. Se foi/é duro pra mim, farei o máximo pra ser mais suave pra você, tá bom minha irmã? Pelo certo!
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Ontem vi um post sobre não sermos responsáveis pelo bem-estar dos nossos pais e vi uma repercussão de que isso é coisa dos brancos e que na comunidade negra isso é diferente. Bom, mas o sentimento de dívida que todos nutrimos com nossos pais é do modelo colonial de família.
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Contratamos uma mina de T.I pra dar suporte ao curso, ela cobrou X. A gente falou: vamo pagar 2X. Ela: como assim, as pessoas costumam pedir pra baixar. Respondemos: mas a gente é prete e vc tb, nunca mais cobre X a ninguém. Se não formos nós a valorizar nosso trampo ninguém vai.
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Escrever o nome de bell hooks em minúsculas é manter sua disputa na linguagem e na língua, tão cara em seu legado. Assumir a escrita do nome próprio em minúsculo, se construiu como sujeito coletivo, onde a sua história falasse mais alto do que o signo de um nome ou identidade.
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Paixões avassaladoras não sustentam relações. Aplica-se a máxima do consumo na vida amorosa: “só se vive uma vez”. No desespero, vive-se muito mal essa única chance. Quanto mais achamos que o outro pode obturar nossa falta, menos saberemos do outro, menos saberemos do amor.
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Ano novo pra mim era tempo de muita expectativa e demanda. Arrumar grana, viajar, comprar roupa, etc…Tal euforia sempre trazia uma boa dose de vazio e melancolia. Ano passado passei dormindo, foi uma maravilha. Ritualizar a vida é bom, mas se libertar de rituais é melhor ainda.
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Amor próprio e autoestima não são coisas nada simples de ter. São construções, as maiores de uma vida. As que dão mais trabalho e custam mais caro. Não falo de adereços materiais de autoengano. Mas de entender justamente o que não tem preço, o que de nós não é negociável, jamais.
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Eu literalmente fiz o
@donl___
sorrir. Não, não foi nada demais. Só falei: amigo da uma risadinha em nome de Jesus e:
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Bancar o desejo não tem nada a ver com fazer nossas vontades. Tem mais a ver com saber qual posição ocupamos em relação a elas. No capitalismo, as vontades são serializadas. Desejo é outra coisa: falar em nome próprio. Saber que cada passo implica perda, e saber caminhar por aí.
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Não é porque o tempo tá bom que temos que ir à praia. Não é porque a festa é boa, que temos que ir à festa. Não é porque todo mundo tá fazendo, dizendo ou usando, que temos que fazer, dizer e usar. Dizer não aos imperativos sociais é dar dignidade à singularidade do nosso desejo.
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O que querem os homens? Mulheres que mimetizem suas mães, ou seja, lhes dê casa, comida, roupa lavada, apoio, suporte, carinho, admiração e não lhe cobre absolutamente nada, nenhuma gota de reciprocidade na entrega. Cobrou, pesou, “não tô preparado”, vai em busca de outra mãe.
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Elogio às mães que não desistem de si pra maternar. Que não vivem só pros filhos. Que os mandam pro mundo e sabem que eles jamais serão seu próprio mundo. Porque fazer de alguém o mundo é um gesto de desamor. Para ambos. Que criam filhos desejantes pelo simples fato de desejar.
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Muniz Sodré escreveu um livro pra contestar a utilização do conceito de estrutura pra falar do racismo no Brasil. Está dialogando com diversos autores, inclusive Silvio Almeida, que não é criador do conceito mas quem o projetou mais fortemente. Isso é ciência, debate. Celebremos.
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@carolpercilio22
Rapaz…. A maioria das famílias não religiosas que conheci são muito menos violentas.
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Conhecer nossos limites é aprendizado de toda uma vida. Respeitar nossos limites é construção diária. Sustentar nossos limites tem um preço. Às vezes, custa perder oportunidades; às vezes, pessoas. É sobretudo bancar perder o lugar idealizado no olhar do outro. É ato de coragem!
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Não suporto como nós nordestines e, sobretudo, baianes, somos tratados como temáticos. Um intelectual de SP é brasileiro. Agora se for da Bahia é intelectual baiano. Nos folclorizam descaradamente. Essa romantização infantilizadora que nos cristaliza tem nome: racismo regional.
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Pra mim é muito mais libertário bancar o próprio desejo. Olha, eu amo de um jeito conservador. É assim que eu quero, é assim que me sinto bem. Ou.. eu amo de um jeito mais versátil, gosto de cultivar mais de uma relação, não quero exclusividade. Pronto. Não precisa dar palestra!
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O título de pessoa bem resolvida é outra falsa promessa da sociedade capitalista. Como se a vida tivesse solução, resolução. Como se ser pudesse caber em um cálculo de proporções. Como se viver não fosse uma coisa disforme, irregular, e por isso mesmo, maravilhosa, interessante.
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O Tweet inicial talvez foi mal elaborada ou pouco estratégico, pois mexe com um tabu que ninguém tá muito preparado pra enfrentar. Eu mudaria para: nós não somos culpados pelo mal estar dos nossos pais. Essa responsabilidade é do sistema e em alguma instância, deles mesmos.
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Algumas coisas só podem ser mexidas com muito cuidado: panela quente, volante de carro, recém-nascidos, pessoas apaixonadas, as dores dos outros, a verdade…
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Cuidar dos nossos em comunidade está para além dos laços consanguíneos que coloca essa relação com os genitores em um lugar sacralizado e intocável, inclusive devendo suportar todas as violências. Ora, vamos ser francos! Essa romantização toda não se sustenta no cotidiano.
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Pessoas em situação de vulnerabilidade tem vida, fazem escolhas, trabalham, fazem grana como dá, gastam no que precisam e querem (quando podem). Criam, produzem, fazem laço, erram. Não são as coitadas da fantasia paternalista de muitas leituras sem noção que a gente vê por aí!
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O problema de pessoas como a Bia é justamente não reconhecer que há limites. A vida é limite. Tudo tem limite. A menina não respeita nenhuma barreira, nenhum limite. Tá quebrando todos os recordes de demora pra sair. Se achar muito especial é realmente um grande tiro no pé.
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É absurda a abissal desigualdade regional do alcance da produção intelectual no Brasil. Na boa, vejo gente mediana no sudeste com o triplo de alcance de figuras geniais do Nordeste. É perverso demais esse rolê. O que podemos fazer pra romper com a lógica do racismo algorítmico?
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O exercício de não dar opinião nenhuma as vezes é muito saudável.
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Vou dizer uma coisa, acho a tática do exposed um grande tiro no pé. Primeiro que é uma auto-exposição. É fruto do calor da emoção, de muito ressentimento. Fragiliza quem expôs mais do que o exposto. E a ressaca no corpo e na subjetividade nunca vale a pena. Falo com propriedade.
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Ama-se como goza-se. Não há política que contenha o gozo no corpo. Nossas escolhas políticas inferem sobre o gosto, mudam nossas perspectivas, o sujeito é mutável. Mas o gozo resiste e a angústia é o afeto que não engana.
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Num mundo onde tudo é minibio, networking, títulos e seguidores, está cada dia mais difícil se relacionar além do imaginário inflado pelas ilusões da imagem publicitária de si. Amar o outro em sua dimensão precária, clandestina, carnal e única é a grande raridade do nosso tempo.
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Esses dias li algo sobre a Kate (vai na fé) ser manipulada por Theo. Tudo que Kate não é é manipulada, uma das personagens mais inteligentes da novela. Acredito que vai ser peça fundamental na destruição de Theo. Katelícia linda, cheia de camadas e fora de qualquer caixinha!
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Intensidade não é desculpa pra autodestruição. Preocupação não é desculpa pra controle. Sinceridade não é desculpa pra falta de delicadeza. Autocuidado não é desculpa pra egocentrismo. Liberdade não é desculpa pra inconsequência. É preciso dar nome a nossos próprios subterfúgios.
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Análise lacaniana é dura? É. É longa? Uhum. É cara? Muito (cada um paga como pode, nem sempre é sobre dinheiro). Mas posso dizer: eu tinha crise de pânico diariamente por anos. Em poucos meses deixei de ter. Angústia existe, inclusive as sessões provocam, mas a vida é outra.
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Se Lumena for eliminada não é por Justiça ao Lucas PORRA NENHUMA. Vocês usam o Lucas pra destilar ódio à mulher preta sim, todo mundo sabe. Com dois escrotos como Arthur e Projota, só mesmo a misoginia justifica a eliminação prioritária de lumena.
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Acho o mote “se você ama a Bahia, ajude a Bahia” um fiasco. Não precisa amar pra entender a urgência de uma ação coletiva pra situação das enchentes. Existem formas mais politizadas de denunciar o turismo predatório que não operar com ironia e deboche no meio de uma catástrofe.
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Destituir o outro desse lugar nebuloso de “grande amor da vida”, “melhor pessoa que conheço” e outras hipérboles, para que ele possa sentir-se amável assim, humano, quebrável, quebrado, frágil, faltoso, inacabado, solitário. Afinal, amar nossa invenção é fácil. Mas o amor não…
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Se vc precisa insistir pra pessoa lembrar de você, não tá saudável. Se precisa pedir pra cuidar de você, não é cuidado. Se precisa da validação dela, algo tá errado. Não podemos tornar as pessoas cuidadosas, amorosas ou presentes. Mas podemos escolher quem fica perto da gente.
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Não há nada que angustie mais o sujeito do que a ilusão de que pode aplacar a angústia. Com remédio, com comida, com relacionamento, com consumo de qualquer ordem. A angústia insistirá, retornará. A busca por aplacá-la tem produzido sujeitos cada dia mais fragilizados.
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@oqdisgrasa
A história do casal heterosexual no mundo sexista produtor de mulheres estouradas e homens relax
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Quando eu perdi na seleção de doutorado ano passado me vi sem chão. Me senti derrotada e desesperada. Dois meses depois eu iniciaria no emprego mais foda e humano que poderia me acontecer. Mudei prum ap maior. Conheci as melhores pessoas. É preciso confiar nos planos dos Orixás.
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Deixe eu contar uma coisa pra vocês. Ser inteligente aqui no Nordeste é normal. Muito comum mesmo. Desfaz essa cara de espanto que tá me dando ranço.
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Autocuidado é fundamento, mas ser cuidada por outrem é um bálsamo pra alma.
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O artigo já está todo na cabeça, só tô esperando a véspera da entrega pra escrever.
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Celebremos que grandes intelectuais brasileiros divirjam sobre como nomear e combater o racismo. Isso é engajamento, isso é trabalho intelectual, muito diferente de ir ao culto ou à missa pra dizer amém. Ciência é feita com colaboração mas também boas brigas no campo das ideias.
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Não à toa a intensidade dos inícios é quase sempre proporcional à fugacidade do fim. A ilusão de que encontrou o par ideal, e tome-lhe foto, e tome-lhe declaração, e tome-lhe significações, e tomados por nossa própria loucura, mal vemos esse outro, mero objeto de nosso delírio.
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@AndradeErico
Tava lendo uma entrevista maravilhosa de um psicanalista francês e em algum momento ele fala algo como « tempos de graça onde os casais podiam ser felizes com suas opacidades »
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Esse negócio de passar 10 horas seguidas em frente a uma tela ainda vai nos levar à merda.
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Quando finalmente a lombra passa - e ela sempre passa - nos confrontamos com a diferença. A diferença do outro, a diferença da fantasia, a alteridade. Aí vem os desacordos, os labirintos, o mal-estar terrível. “Como assim você não é minha alma gêmea? Você está diferente!”
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Dica maravilhosa pra vocês: quando encherem o cu de cachaça, se alimentem, bebam água e antes de dormir prepare um chá com boldo, camomila e se tiver alguma outra erva pra acalmar seu estômago e seu coração tome. No outro dia acordarás um anjo perfeito, um neném recém-nascido 👶🏽
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Não, foi só o efeito narcótico da paixão que passou. E agora, somente a disposição de fazer com os restos que pode fazer dar certo. Desejo, paciência, sobretudo paciência. Para ver a hora em dois tempos (ou mais). Abertura ao imprevisível, amor ao invisível, suportar o indizível.
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Tem uma fórmula que é batata para nutrir relações maduras, adultas, respeitosas e não abusivas. Sabe qual? Sendo uma pessoa madura, adulta, respeitosa e não abusiva. Tiro e queda. Infelizmente é bem difícil praticar o que tanto idealizamos. E não, o inferno não são os outros.
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Se precisou um branco dizer que faltou solidariedade a um irmão preto pra Lumena entender o quão cruel foi, só mostra o quanto ela não aprendeu NADA com movimento negro.
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Esses dias disse que paixões avassaladoras não sustentam relações. De fato, não sustentam. Mas isso não significa que elas sejam qualquer coisa descartável numa vida ou num laço.
Longe disso.
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Simone é a melhor de um país que investe profundamente nos seus atletas. Rebeca é a melhor num país com histórico de precarização e descrédito. Simone é exemplo de uma política séria de fomento ao esporte. Rebeca é mais um emblema dos milagres de um povo que ganha tudo na raça.
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E ainda mais importante: levar o resultado de volta na médica ✨
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Engana-se quem pensa que autoestima tá ligada à imagem. Imagem é pura abstração. Nenhum arranjo estético dá conta de fortalecer de fato uma autoestima. Tem mais a ver com justamente um grande “foda-se” para o olhar do outro. Tem menos a ver com beleza e mais a ver com liberdade.
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Minhas divergências com Lumena a parte, mas Carla, Vihtube é Thaís representam a jornada da mediocridade.
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Neste Natal, saibamos reconhecer nossos limites. Da barriga, do fígado e dos afetos. Saibamos dosar a comida e a bebida, o amor e o ódio, que tudo não se resolve em um dia, e nada se devora de uma vez. Melhor um amanhã de apetite do que de indigestão. Saibamos descer da cruz.
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Dizem: a vida é curta e o mundo grande pra amar uma pessoa só. Como se amor pudesse se encaixar na lógica de otimização do tempo. Ora, o amor não é útil e cada um ama como pode. Amar é sempre perder alguma coisa. Inclusive tempo. Não pra ganhar lá na frente. Mas logo ali… atrás.
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Que cena terrível. Triste demais esse encerramento, mas também sintomático de uma trajetória construída na pose, na elegância, na construção milimétrica da perfeição. A perfeição está à beira do abismo e não garante nada além de abismos… essa cena foi muito emblemática…
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O Brasil não conhecer o Ilê Aiyê explica boa parte de nossos problemas.
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quem foi o burro que inventou que corpo e espírito são coisas separadas? Se o pensamento não dito esbarra é na garganta. Se o amor não colhido aperta é o peito. Se os sentimento escondido embulham é no estômago. Se o ciúme dói nos cotovelos, se a paixão faz suar feito cuzcuz
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Você não precisa entender tudo dos filmes que vê ou dos livros que lê. Nem saber todas as notas da música que escutar. Nem ler todos os textos das exposições que visitar. Na sanha de intelectualizar tudo, perdemos a chance genuína que a arte nos dá de simplesmente nos emocionar.
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Eu não consigo imaginar nenhuma experiência mais radical que parir.
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O curso de "Racismo e Mídia no Brasil: uma abordagem semiótica" é uma iniciativa inédita e única em nosso país. Sabemos que tem muita, muita gente que gostaria de participar e que não vai nem saber. Ajude a furar a barreira do algoritmo com um retuíte!
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É preciso normalizar o debate sobre a misoginia gay pq meus amores, ela é babado.
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Minha maior meta profissional na vida é trabalhar menos e ganhar mais.
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Por trás de grandes decepções existem hiper investimentos libidinais. Quem dá sem medida quase sempre se obceca em receber e padece do ressentimento da não-reciprocidade. A parte mais difícil em lidar com o ressentimento é se haver com a responsabilidade da própria expectativa.
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A gente transita entre discursos mas seguimos reforçando a ideia de que mulheres são passivas. Não vejo avanço. E não vejo verdade. Temos agência sobre as relações. Temos escolha. E muitas vezes escolhemos nos submeter. Por que? É sobre isso que deveríamos estar nos interrogando.
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Pelo amor de deus não pula a parte que me oferece um vinho do bom não. Eu amo vinho, eu amo preliminar, eu amo conversar pelo menos umas seis horas antes de transar. Vênus em Aquário bb.
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265
Dois meses que encerrei minha conta no tinder. To numa reflexão profunda do quanto é perigoso e enganoso conhecer pessoas na internet. Acho que só volto a me relacionar depois da pandemia mesmo, quando eu puder conhecer pessoas na universidade, no metrô ou em um show. Kinada!
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Brancos tiram ano sabático entre mestrado e doutorado.
Pretes, tiramos ano trabalhático.
Quem não pode se sacode, bb
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A pessoa que mais amei na vida dizia que não morreria sem “consertar” meu cabelo. As primeiras violências raciais sofri dentro de casa. É possível praticar racismo sem intenção, mas isso ñ significa que devemos naturalizar! Não passo pano pra minha vó, quanto mais pra Juliette!
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A sobrevivência do povo negro é resultado de tecnologias paridas por mulheres negras. Nenhum projeto de emancipação pode prescindir deste feito histórico. Precisamos interromper as tramas que nos conduzem ao auto-ódio. Devemos nos amar e celebrar nossas vitórias!
#25dejulho
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Negrada, sabe tudo aquilo que o racismo disse que não era pra gente? Tipo informática, semiótica, lógica, física quântica, astronomia? É nisso que devemos investir. Pq no fundo essas ciências quase tudo veio de nosso povo e foram sequestradas de nós.
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Quando a Bahia deixar de ser uma referência meramente recreativa e passar a ser uma referência política e histórica para o resto do país, teremos uma cultura nacional mais combativa e resistente. A Bahia é um livro vivo sobre defesa do território e das raízes. Viva o 2 de Julho!
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Ontem fui assistir Oppenheimer. Indiscutivelmente, um filme muito bem feito. Mas é interessante que a grande polêmica seja o filme da Barbie, quando tem-se um filme sobre como poucos homens brancos supõem poder decidir o rumo da humanidade com alguns cálculos e acordos políticos.
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