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Carla Menegat

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Historian, feminist and bad girl. Brasilian, for now in Italy. Professor at @IFSul Studying Digital Humanities at @unibo

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@CarlaMenegat
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4 months
Vou reunir aqui alguns links de doações para quem está FORA DO BRASIL e deseja contribuir com as vitimas das cheias do Rio Grande do Sul: Casa de Cultura e Resistência @matheuspggomes tem um que recebe doações:
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2 years
Preparando aula de ditadura militar pro Ensino Médio hoje eu tava avaliando um pouco os diferentes materiais que já preparei. Quando comecei, década e meia atrás, a gente trabalhava muito com depoimento das vítimas. Pouco arquivo, várias pesquisas pipocando.
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4 years
Orientadora de escola municipal em Porto Alegre entrou em contato com famílias pra saber porque os estudantes não estavam acessando atividades on-line. Descobriu que várias famílias venderam os celulares pra dar conta de outras urgências, tipo comida. 😢
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5 months
Hoje um europeu me disse que história da América Latina é um tema muito específico. Perguntei se história da Europa também não era. Porque é só um continente.
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2 years
Depois da descoberta de cerca de 200 trabalhadores vivendo em condições de trabalho análogas a da escravidão na Serra Gaúcha, muito se criticou por aqui a cultura do “fizemos nossa fortuna com nosso trabalho” que os descendentes de italianos propagam. Segue o 🧶 pra entender:
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3 years
Sobre a novela do Dom Pedro II preciso comentar dois negocinhos. Eu parei de fazer consultoria histórica pra projetos de audiovisual há uma década quando me tornei professora do IFSul. Não só porque eu trabalho pra caramba mas porque eu tava cansada de uma falsa queda de braço.
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2 years
Perceber o envelhecimento dos pais é uma coisa maluca. A gente vai notando que precisa ter outra presença e outra atenção. Me faz refletir como nosso mundo urbano e individual pode criar uma solidão imensa pros nossos idosos.
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2 years
Em seguida, passei a trabalhar muito com dados econômicos do período, pq muitos estudantes diziam que seus familiares falavam que na época da ditadura foi bom. Também nesse sentido comecei a incluir dados de corrupção nesse período.
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2 years
Porque a escola (pública) é tão achincalhada que deixou de ser um dos centros da rede social, de um projeto de futuro, pra ser o espaço das frustrações e faltas. A gente tem muito pra fazer pra sair desse buraco. Um buraco de muita, muita violência.
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2 years
Em 2017, pela primeira vez um grupo de alunos se declarou defensor do golpe de 1964 e de seu regime subsequente. Não vou dizer que foi tranquilo, nem que esses indivíduos foram salvos pela educação. Foi divisor de águas pra mim como docente e como cidadã.
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2 years
Há 16 anos, quando saí da faculdade de história, ter um estudante metido a neonazi era motivo de escândalo. Hoje coordenação pedagógica discute qual abordagem menos traumática (pra quem?). Nunca dei tanta aula sobre África e africanos no Brasil, nunca falei tanto de indígenas.
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2 years
Nessa época as coisas se somavam e eu passava mais de um mês com os estudantes pensando que Brasil era aquele da ditadura civil-militar. Com o tempo eu comecei a sentir que as temáticas de direitos humanos eram vistas como exageradas ou mesmo com desprezo.
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2 years
Desde então, todo ano eu encontro alguns alunos assim, às vezes em grupo coeso, às vezes sozinhos. Em comum as tentativas de deslegitimar meu trabalho se baseando em detalhes, já que não se garantem na discussão. Quase sempre dando a entender que sou desorganizada ou relapsa.
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2 years
A defesa do regime era parte da adesão a um projeto político maior e incluiu outros pontos, como pena de morte, aumento da maioridade penal, direito à posse de armas e supressão da lei Maria da Penha e das formas de aborto legal.
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2 years
Nunca vi tantas manifestações de desprezo por pessoas negras ou pelos povos originários. Inclusive, ver o processo de apagamento construído propositalmente de forma repetida por adolescentes, mesmo depois de todo tipo de intervenção. A batalha é constante.
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2 years
Não estou aqui fazendo uma defesa da disciplina per se, ou da autoridade do docente. Estou aqui falando também de um processo de corrosão do tecido social que permite que um homem entre em uma escola para matar. A escola, esse espaço gerido em sua maioria por mulheres.
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2 years
Em geral, essas reclamações refletem a frustração com uma metodologia de ensino que exige participação ativa do estudante e que é, claro, muito mais trabalhosa que a decoreba da educação tradicional. E se fosse só isso era uma coisa.
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2 years
Nunca senti tão pouco apoio institucional. Prof de história é confrontado com Brasil pra Lerdos, sites criacionistas, o sermão do pastor, o declamador do CTG se você for gaúcho, e claro, a testemunha ocular remota (tia da filha da vizinha). Faço coro nessa com o @DennisAlmeida82
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2 years
Mas não é só isso. Isso é ponta do fio onde se encontra a desestruturação de um modelo de sociedade, que eu gostaria de dizer que já vai tarde, mas como a disputa sobre o que vem depois está no auge, vou apenas dizer que por enquanto temos que lutar, e muito.
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3 years
E aí, falsificação como a gente vem apontando hoje implicava em perpetuação de racismo, machismo, percepção elitista. A gente não tá aqui falando de liberdade criativa, mas de disputa de discurso político através de falsificação histórica, ou seja, mudando fatos.
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3 years
Muitos produtores da área diziam que as questões que eu apontava como não verossímeis (nem toquei em verdade aqui) podavam a liberdade criativa. O problema é que em geral, eu batia pé em questões que eu considerava que o roteiro/cenário/escolha de ator consistia em falsificação.
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3 years
Afinal, qual a intenção de trazer uma novela sobre Dom Pedro II num contexto de restrições das liberdades políticas e principalmente dos direitos sociais? Sintomático a emissora dizer que a realidade mudou muito de 2019 pra cá, porque para nós, essas coisas já eram condenáveis.
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3 years
Se houve uma mudança para a Globo, essa mudança é conjuntural, significa a retirada de apoio aos setores bolsonaristas, a busca por uma "terceira via" que possa apoiar os projetos políticos que a emissora representa, significa a tentativa de retomar sua audiência.
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3 years
E o que vou dizer agora não é discurso corporativo, talvez o cara seja historiador, mas o fato de não contratar um historiador, me chama a atenção. Porque um historiador teria como objetivo garantir que a peça ficcional não saísse tanto das possibilidades da época.
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3 years
Isso me leva a um ponto. A @janaviscardi estava (na rede de fotos) discutindo as justificativas da Globo pra incluir racismo reverso no roteiro, todas um bando de besteiras, e eu me dei conta de que a emissora contratou um assessor de relações étnico raciais.
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3 years
Por outro lado, justificar que as cenas que estão indo ao ar foram gravadas em 2019, quando a emissora não tinha a percepção de que precisava de uma assessoria que lhe apontasse questões étnico raciais (além de ser um argumento ridículo) mostra muito do projeto original.
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3 years
Portanto as figuras históricas conhecidas seriam retratadas com alguma fidedignidade e os personagens ficcionais teriam que estar dentro do horizonte de possibilidades de sua época. Esse é o primeiro ponto.
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2 years
A cultura da imigração (eu mesma cresci imersa nela) fomentou duas percepções bem problemáticas. A primeira, de que os imigrantes vinham para o Brasil sem nenhum recurso. O segundo, de que tudo que os imigrantes conquistaram era fruto de seu trabalho.
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2 years
Mas vamos por partes. Quero começar explicando porque não é verdadeiro que os imigrantes não vinham para a Serra Gaúcha (e para outros lugares do Brasil onde recebiam ou compravam terras) sem recursos. Na Itália, a grande maioria desses camponeses era meeiro, ou seja trabalhava
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2 years
@sobral_leila Leila que relato forte. Eu sempre penso que é muito importante quem está conosco na trincheira. Mas infelizmente não despertamos empatia em todos. Eu sei que contribuo para mudar vidas na minha sala de aula. Tenho colegas bravos e parceiros. Faz a gente seguir.
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2 years
e hoje é Caxias do Sul. Na cidade industrial, quase 150 anos depois, nem sinal dos Kaingang que andavam pela região. Ou seja, para os colonos terem acesso a terra, indígenas, mestiços (os caboclos) e negros (ainda escravizados) não podiam ter. Isso não é depender do seu trabalho.
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2 years
A terra vai estar disponível. Primeiro, por um breve período, ofertada pelo Estado, depois, vendida em condições infinitamente melhores que na Itália. O recurso que os imigrantes tinham não era grande, mas muitas vezes era suficiente para iniciar o pagamento da terra.
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2 years
na terra de outros e entregava boa parte da produção para o dono da terra como pagamento pelo uso dessa. Isso porque o valor da terra e as relações de posse que remetiam ainda aos títulos feudais na Itália tornavam impossível um camponês comprar terras lá. Já no Brasil…
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2 years
Eram redes de contatos entre imigrantes e quem ficou na Itália que seguiam alimentando o fluxo migratório. As pesquisas demonstram que muito mais que fugitivos da fome os imigrantes eram pessoas que vinham com planos e estratégias para melhorar suas vidas.
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2 years
Por fim, quero lembrar que tudo isso se encaixa numa narrativa do homem dominando a natureza. O colono é o cara que chega num mundo selvagem e o transforma na civilização. Hoje a gente sabe o que isso significa: o fim da Mata Atlântica na Serra; a criação de grandes indústrias.
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2 years
Além disso, importante dizer que ninguém imigrava no escuro. Apesar de circular muita propaganda sobre a “Cucagna”, um país de fortuna fácil, a grande maioria dos imigrantes vinha atrás de parentes que estavam estabelecidos nas Colônias, com arranjos para o primeiro período.
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2 years
Pessoas livres e pobres, geralmente negros e mestiços, esses chamados caboclos, passaram a ser sistematicamente expulsos da terra nas regiões em que se abriram as colônias, pra que essas terras fossem vendidas pros colonos italianos (e de outras origens tb). Pq?
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2 years
No histórico dessas grandes indústrias, inclusive, trabalho infantil e segregação social estão inclusas. Sim, essas são sociedades fundadas na exploração, onde a ética do capitalismo foi nada civilizada. Está na hora de rever a narrativa que constitui essa identidade.
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2 years
A falsa impressão de que não tinham nenhum recurso vem do contraste com a atenção recebida do Estado em centros já estabelecidos como Porto Alegre ou mesmo São Leopoldo, o centro da primeira zona de imigração alemã, estabelecida quase meio século antes.
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2 years
Eu gostaria claro de também fazer um fio em algum momento pra falar das pessoas que foram e são resistência nesse lugar, porque elas existem e não merecem apagamento. Mas acho que tá longuíssimo esse fio. Vou deixar algumas referências de bibliografia.
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2 years
E aí chegamos no segundo ponto. Nem tudo que os imigrantes conquistaram foi fruto exclusivo do seu trabalho. Já falei do acesso à terra facilitado em relação ao acesso que eles não tinham na Itália. Mas e no Brasil, como era o acesso à terra?
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2 years
Desde a Lei de Terras de 1850 era preciso ter Títulos para comprovar a posse da terra. Esses homens livres pobres não tinham as relações que possibilitavam as pessoas conseguir esses títulos, mesmo que tivessem direito a eles. Aí, aparecia alguém com um título vencido, ou com
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2 years
Muito pior era o caso dos indígenas, que acabaram deslocados pras áreas que os colonos não queriam, como encostas e banhados. O aldeamento era a única alternativa, já que não podiam mais fazer extrativismo e foram perdendo suas fontes de caça. O Campo dos Bugres virou Colônia
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A amplificação dessa percepção ignora que isso acontecia com uma série de outros lugares também. E que, ainda assim, estes imigrantes recebiam muito mais que setores inteiros da população.
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poder para pedir um novo título de terra e quase sempre levava nos tribunais. Essas pessoas eram os “empreendedores” que abriam as colônias em associação com colonos que podiam atrair novos e velhos imigrantes. Porque depois de um tempo vai rolar um processo de migração dentro
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das colônias, em busca de mais terras ou de terras mais baratas (nem todo mundo se dá bem na sua estratégia de migração). Então, a gente tem que entender que os imigrantes já chegavam tendo acesso à terras que esses caboclos não tinham.
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5 months
@noschlager Tem né?! Mas eu tb já aprendi que tem um tipo de europeu que nem assim se manca.
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Sobre o processo de retirada das terras dos livres pobres E
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Para entender projetos migratórios:
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Sobre industrialização na Serra e trabalho infantil
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@GeorgiapSantos Geórgia, todos temos esperanças com o novo governo. Eu particularmente espero ver o retorno de políticas $$ que permitiam a permanência de alguns estudantes na minha sala de aula. Mas acho que em relação à extrema direita precisamos ir além, precisamos desnazificar ou algo assim.
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@retoricosincero Não. Fingiu que não era com ele.
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2 years
@juniorro16 @fran_becher Sim, tenho usado há uns cinco anos. Além disso, tem vídeos. Mas a extrema direita brasileira não nega mais que foi um regime ditatorial, eles negam que foi ruim. Defendem inclusive a tortura e o desaparecimento de opositores.
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2 years
Aproveito esse guichê para comunicar aos demais descendentes de italianos que eu também sou ítalo-brasileira. Tão ítalo-brasileira que estou no processo de reconhecimento de cidadania; tão descendente de italianos que não consegui achar quem não fosse ou italiano ou descendente
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2 years
@daniel_uerj Nossa, sim. Eu particularmente pensei nos meus antepassados escrevendo esse fio. Fiz o levantamento pra fins de cidadania e em nenhum caso (levantei quatro ramos) a galera veio e ficou no desamparo. Dava pra falar de como o pacto da branquitude me favoreceu ao longo da vida.
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@ofoilfree Ai amore, essa gente não consegue lidar com ter que usar transporte público. No primeiro dia já vão surtar que as cidades não são pra usar carrões. São muitas camadas de cebola pra essa gente descascar e chorar.
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@DonMurillo_ Mandica tocando o terror. Da próxima vez, convidem a gente!
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3 years
@amandikadsb Casais birraciais existiam, especialmente nas camadas mais pobres, assim como negros libertos com alguma condição remediada que conviviam com brancos e outros não-negros livres nas áreas pobres da cidades.
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@CarlaMenegat
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3 years
Cansada da galera dizendo que é “de humanas” e por isso não gosta de números. Humanas tb faz pesquisa quantitativa viu?! Rola muito número e séries de dados tá?!
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
2 years
Muita gente chegou então vou me apresentar. Sou professora EBTT no IFSul desde 2011. Sou graduada em História e fiz mestrado e doutorado sobre formação do Estado no BR e no Uruguai no séc XIX, faço história pública e venho pesquisando a experiência de estudantes trans nos IFs.
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@CarlaMenegat
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2 years
@wanderveroni Nossa, eu fico ainda mais chocada em ouvir isso Wander. Veja só! Faz uns três anos que não dou aula na graduação/pós por conta da minha saúde, mas lá ao menos a galera se encolhia. Mas é um efeito natural, aqueles meus alunos de 2017 olavistas estão terminando graduação né?!
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
2 years
É importante entender, contudo, que meu bisavô Giuseppe Righez chegou em 1910 e trabalhou por dez anos e juntou dinheiro pra comprar terra. Enquanto indígenas e caboclos eram expulsos das terras que ocupavam desde sempre. O trabalho dos meus pode frutificar. O dos outros não.
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
2 years
@val3ntim Eu acho que muita gente desiste da docência pelo desgaste que ela gera. Eu não romantizo a profissão Valentim. Somos no geral mal-remunerados, desprezados pela sociedade, nossa qualificação não é respeitada.
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@CarlaMenegat
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Então pra quem tá reclamando que eu destruí a sua identidade, sugiro fazer como eu, separar o orgulho que tem dos antepassados do reconhecimento das vantagens que receberam. Uma coisa não invalida a outra.
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E pra mim, isso é reconhecer minha branquitude, no ontem e no hoje.
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3 years
Acordei com notícias revoltosas no meu celular. Estou em licença médica, mas sabe o q não respeita licença médica? O machismo. Um servidor da mesma instituição que eu respondeu a uma postagem comemorativa à vitória nas eleições para direção de um campus sob a candidata derrotada
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
4 years
@333_meio_besta @EudeTrinity Então, tem muitas camadas nessa discussão das atividades on-line. Acesso é uma. Outra são as condições das famílias. Muitas vezes os pais e mães mal tiveram, se tiveram uma experiência de escolarização convencional, quem dirá on-line. Várias crianças pra um equipamento só...
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2 years
@NinaEliene Sim, o subentendido do “nosso trabalho nos deu nossa fortuna” é o de que quem não enriqueceu não trabalhou. Uma mentira absurda, se fosse assim, não haveria desigualdade social.
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@CarlaMenegat
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1 year
Ontem, tinha um velho bolsonarist* no voo que resolveu ouvir duas vezes em som alto um vídeo dizendo que não estavam distribuídos as doações pras vítimas do ciclone no RS pq tinha que esperar o Lula chegar pra tirar foto. A tripulação veio e mandou ele desligar o celular. 😈
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@CarlaMenegat
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2 years
Hoje precisei cortar uma pessoa e dizer que os portugueses não precisavam sair de seu território e conquistar outros, que esse foi um processo histórico marcado pela ganância. Que pressão demográfica e território pequeno não justificam (vários exemplos pra provar).
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@CarlaMenegat
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Liguei pra minha escola de ensino fundamental pra pedir meu histórico escolar (não vou explicar) e a diretora me perguntou: "e tu terminou querida?" Me deu uma tristeza. Botei a voz mais positiva pra contar que fiz doutorado e porque eu precisava do histórico. <3
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3 years
A capacidade das pessoas de saírem defendendo xenofobia quando ela vem do primeiro mundo ainda me espanta.
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4 years
@winniebueno Só pra explicar, meu pai é carpinteiro, encarregado de obra a maior parte da vida, um homem simples. Ele fez o segundo grau, mas não esconde que foi uma sofrência, que trabalhava de dia e estudava à noite. Mas me apresenta pra todo mundo como a filha doutora da federal. 🙂
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2 years
@RussoIvelda Olha, eu não estou falando sobre as vinícolas em si. Inclusive, nem falei de como na origem a maioria das vinícolas eram cooperativas familiares. Estou falando, como historiadora, de como se construiu um mito de que o trabalho nos deu tudo. E falo isso sem medo de atacar ninguém.
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Carla Menegat
2 years
@DanielCara Daniel, acho que a questão não é currículo. Esses temas estão nos currículos de história, literatura, artes, filosofia, sociologia e geografia. A gente tem questões que inviabilizam a boa condução dessas questões, vou pautar algumas. 1. O novo Ensino Médio e a redução da carga
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
1 year
Minha mãe só pôde entrar na faculdade aos 42 anos. Quando morreu, vinte anos depois, a Câmara de Vereadores da cidade homenageou ela pelo seu trabalho exemplar no SUS. O etarismo, além de ser cruel com quem o sofre, impede a sociedade de receber profissionais preciosos.
@Octopusajnin
🐙@Octopus🚩✊🇧🇷🇷🇺🇮🇳🇨🇳🇿🇦⭐🎋🚀
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“Minha tia, de 40 anos, sempre batalhou trabalhando sem parar desde pequena com as irmãs, para ajudar a minha avó e a cuidar dela”, escreveu. Revoltada ainda completou com uma pergunta à universidade.
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2 years
@nmloisa Existem sim diferenças no processo de imigração daqueles que foram trabalhar na lavoura cafeeira (acredito que seja a isso que você se refere, pq tb existiram colônias de venda de terras no Sudeste). Mas esses imigrantes também se inseriram na lógica racista e firam privilegiados
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
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Meu pai está em evidente declínio auditivo há duas décadas. Há pouco tempo eu fiz um exoma (exame genético) que indicou que tenho um gene dominante para surdez hereditária. Eu tenho acompanhado o início discreto do meu declínio e conversado muito com meu pai sobre.
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@nat_deschamps Infelizmente esse parece ser um babaca mesmo
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@extropicalista Que fofo! Mas deve ser efeito de alguma mudança que fez eles buscarem comida na plantação da tua família. Tem que descobrir a área silvestre de onde eles estão se deslocando 😉 Mas fico feliz em saber que as espingardas dos gringos não acabaram com todos.
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
4 years
@winniebueno Meus avós já estavam mortos quando cheguei no doutorado. Expliquei pro meu pai, se ele entendeu, não sei. Mas tirou um cochilo gostoso durante a minha defesa 🤣
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@CarlaMenegat
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2 years
@gstvandreu Não, estou fazendo isso aos 39. Minha mãe construiu uma carreira nova do zero aos 42. 29 é tranquilo.
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
2 years
Depois de horas na casa da família do marido meu carisma não existe mais. Só durou tanto pq esse ano o casal de tios legais tava aqui pra dissipar o clima pesado que os sogros bolsonaristas carregam.
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@CarlaMenegat
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2 years
@Estadao Estadão, Michele não é mais primeira-dama. Aliás, pauta não falta, porque ao invés de ficar fazendo esses click-bait ridículos vocês não fazem jornalismo de verdade e falam do problema que é a violência contra mulheres no carnaval?
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
2 years
Minha solidariedade ao eterno governador Olívio Dutra pelo falecimento de Dona Judite. No semestre que trabalhei na visitação histórica no Palácio Piratini minha memória mais querida é Dona Judite ligar pra portaria e nos chamar pra comer carreteiro ♥️.
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
2 years
Você faz um fio sobre a realidade do docente que lida com negacionismo. Respondendo comentários você se depara com pelo menos 20 em menos de meia hora querendo dar soluções simples pra um problema complexo. Todos homens. Você fica com vontade de fazer um fio sobre mansplaning.
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
2 years
na minha árvore (procurei bastante pra desfazer boatos uma bisavó indígena); sou tão descendente de italianos que escolhi por qual família dentre as quatro dos meus avós eu ia encaminhar a cidadania. Eu sou tão colona que não pronunciava os erres direito até a segunda série.
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
2 years
Primeira viagem desde que passei a ter problemas de mobilidade. A sacola de remédios ficou enorme, quase me assustei ao preparar. Reservei cadeira de rodas pra me deslocar no aeroporto. Malas só com o necessário. Dedos cruzados. ✈️
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
2 years
Aliás, meus trisavós Menegat e Primieri vieram no mesmo navio (o terceiro) em 1875 para se instalar em Caxias do Sul. Fato curioso, meu bisavô José Primieri foi a criança 114 a nascer na Colônia de Caxias do Sul.
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
2 years
@vbd6it Vanessa, minha solidariedade. Eu admiti meu diagnóstico de fibromialgia depois do meu primeiro afastamento por burnout em 2017. Em 11 anos nunca tinha me afastado por saúde nem por um dia. Nesses anos eu venho pensando sim em abandonar a docência e partir oara outra carreira.
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
3 years
Imunizadahhhh! A segunda dose chegou 🙌🏻
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3 years
Enrique Serra Padrós faleceu essa noite. Foi um professor inspirador, daqueles que te faz querer dar aula sem romantizar a profissão. Foi uma pessoa generosa, jamais vou me esquecer de algumas de nossas conversas, nas quais pretendo reencontrar o melhor dele. Gracias uruguaio.
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2 years
@nmloisa pela sua branquitude. A grande maioria migrou para as cidades e aderiu ao processo de industrialização, trabalhando como operários. Esses trabalhos eram negados a negros e mestiços em geral. Ou seja, à população não branca restavam trabalhos ainda piores que as jornadas fabris.
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3 years
Pessoas de Porto Alegre: o prof. ENRIQUE SERRA PADROS está precisando de doação de sangue na Santa Casa. Quem puder doar, faça essa força. Quem não pode, espalhe.
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Carla Menegat
4 years
@333_meio_besta @EudeTrinity A dificuldade de ter ambiente tranquilo de estudo, muitas tarefas se sobrepondo com famílias sobrecarregadas com o cuidado de idosos e crianças muito pequenas, além de tarefas domésticas e muitas vezes trabalho remoto. Essa discussão vai longe e se multiplica em questões sociais.
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Carla Menegat
3 years
Ainda sobre Dom Pedro II, algo importantíssimo pra gente relembrar essa semana. Foi durante seu reinado que o Brasil passou a viver um processo de "pacificação" de diversas populações indígenas para garantir o "progresso". As aspas não estão aí a toa.
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Carla Menegat
3 years
@talithices A emissora não noticia ter contratado um historiador, esse é o ponto.
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2 years
@DanielCara horária das disciplinas por conta dos percursos formativos; 2. Falta de professores para todas as disciplinas (muitas vezes o professor de história dá aula de artes, geografia, sociologia, o professor de sociologia dá aula de história e por aí vai) isso deixa a elaboração capenga
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Carla Menegat
1 year
Acho que uma galera não entendeu isso aqui. Eu reconheci do outro lado da linha a voz de uma professora de escola pública lidando com baixos índices de conclusão do ensino fundamental. Quis contar que eu sou quem sou profissionalmente pq estudei naquela escolhinha
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Carla Menegat
1 year
Liguei pra minha escola de ensino fundamental pra pedir meu histórico escolar (não vou explicar) e a diretora me perguntou: "e tu terminou querida?" Me deu uma tristeza. Botei a voz mais positiva pra contar que fiz doutorado e porque eu precisava do histórico. <3
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
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@jucaramos65 Não foi isso que me entristeceu. Como professora de escola pública reconheci ali uma colega que provavelmente está com um índice altíssimo de evasão e retenção. Ela acreditou que falava com uma ex-aluna recente da escola. Eu contei essas coisas pra dar uma esperança.
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@CarlaMenegat
Carla Menegat
2 years
A gente precisa explicitar que processo histórico não é inevitável ou natural. Essa pessoa por exemplo se sentiu ofendida porque foi ensinada assim e eu lhe disse gentilmente que a educação nunca termina. Não preciso dizer que essa é uma pessoa extremamente conservadora.
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