Alexandre Alliatti
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Escritor e jornalista. Autor de Tinta Branca, vencedor do Prêmio São Paulo. Compre aqui:
São Paulo, Brasil
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Passadas algumas horas, ainda não parece verdade, mas boas testemunhas garantem: ganhei mesmo o Prêmio São Paulo de Literatura na categoria romance de estreia.
Estou muito feliz. Isso é um sonho. Amo os livros, amo a escrita, amo a ficção, amo a literatura.
Que venham mais.
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Descobri que minha esposa, gremista em patamares pouco saudáveis, canta o hino do Inter para nossa filha quando lhe dá o remédio de pior gosto.
É preciso reconhecer o talento dos gênios do crime.
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Oi, CBF. Eu pressionei pela volta do futebol, joguei ao lado de um hospital de campanha, apoio a volta do público aos estádios, me aliei a negacionistas da pandemia e agora estou com metade do meu elenco infectado. Pode adiar meu jogo, por favor?
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Abel Braga perdeu um filho em uma tragédia, fez uma série de trabalhos ruins, parecia acabado para o futebol.
É bonito vê-lo rir e pular de alegria na beira do campo pelo clube onde sempre soube ser feliz.
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Em 2009, cheguei a Montevidéu para a cobertura de um Uruguai x Argentina e peguei o primeiro táxi que apareceu no aeroporto de Carrasco. O taxista era esse senhor da foto. O que eu não podia imaginar era quem ele era.
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Este homem na foto se chama Maurício Sampaio. Ele é ex-presidente de um clube da Série A, o Atlético-GO. E foi condenado ontem a 16 anos de prisão.
Motivo: mandar assassinar um jornalista esportivo.
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Ele, naturalmente, não me reconheceu. Achei que o melhor naquele momento era responder com outra pergunta:
- O senhor não é o grande Roberto Repetto, que jogou no Cruzeiro?
O sorriso que ele deu fica como meus parabéns à torcida do Cruzeiro pelos 100 anos, comemorados hoje. :)
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Pela primeira vez, um jogador ou ex-jogador (de futebol) de ponta no Brasil diz que já se relacionou com homens. Entrevista histórica de Richarlyson.
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Paolo Guerrero merece ser punido com severidade pela direção do Inter.
É inadmissível o que fez.
Um sujeito de sangue inca, um sujeito já acostumado à língua portuguesa, não pode mandar um "fuck you" colonizado pro juiz.
É preciso respeitar a beleza sonora do "vai se foder".
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Amanhã completam-se 110 anos da morte de Euclides da Cunha, em um episódio bizarro: foi matar o amante da esposa e acabou morto por ele. E essa é uma das histórias mais inacreditáveis que eu já vi... NO ESPORTE. Segue o fio que eu explico.
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Tinga, D'Alessandro e Dunga em meio à pandemia. Que foto incrível.
E, cara, que meio-campo!
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Os jogadores com cobertores na foto são do TAJIQUISTÃO, um país pertinho da Rússia onde, de fato, faz um frio danado.
Mas há um detalhe: nessa foto, tirada na terça, eles estavam mesmo era em OSASCO.
Segue o fio sobre a aleatoriedade de Audax x Tajiquistão, o jogo do ano.
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Sei que a conclusão deste caso é um alívio para muita gente (amigos, colegas, familiares). Mas não deixo de pensar em uma figura em particular: aquele jovem advogado, homônimo do pai, que dedicou uma década de vida a não deixar um crime passar impune.
Parabéns,
@valerioluiz
.
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A matéria da Folha é um petardo, tem denúncias pesadíssimas em on, mas não tem provas. O governo poderia simplesmente refutá-la. Em vez disso, exonerou o acusado.
É um governo desnorteado.
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Na pasta, estavam fotos dele, o ex-atacante Roberto Repetto, excursionando com o elenco do Cruzeiro pela Ásia no começo dos anos 70. Ele vestia um terno azul, da cor do clube, e posava ao lado de outros jogadores.
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Depois que ele me deixou no hotel, claro, escrevi uma matéria sobre ele. E guardei a história na memória. Uns dois anos depois, para outra cobertura em Montevidéu, peguei um táxi, e, perplexo, vi tudo se repetir: o motorista me olhou pelo espelho e perguntou se eu era brasileiro.
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Depois do Cruzeiro, Repetto rodou por México e Venezuela e voltou ao Uruguai para jogar no Nacional. Também tentou ser técnico, já nos anos 80, mas não deu muito certo. Acabou virando taxista. Disse que tem saudade de Belo Horizonte e do Brasil, onde gosta de passar férias.
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Repetto me disse que admirava Tostão, "um craque", mas que seu espanto era maior com Dirceu Lopes.
- Nunca vi ninguém igual a ele.
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Ele me olhou pelo retrovisor, claramente orgulhoso, e respondeu:
- Morei dois anos lá.
- Ah, é? - continuei. - Fazendo o quê?
- Jogando futebol pelo Cruzeiro.
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Tá todo mundo descaralhado das ideias em Porto Alegre. Tá todo mundo mal. De devastados a entristecidos, ninguém escapa: todo mundo mal. Nunca vi isso. Nem na pandemia.
É um inferno.
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Repetto contou que deu certo azar no Cruzeiro. Pegou uma época em que só era permitido um estrangeiro por time em cada jogo, e o elenco já tinha o lendário zagueiro argentino Perfumo. Por isso, pouco atuou em partidas oficiais. Foi mais usado em amistosos - como os da excursão.
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Acionei o dispositivo automático do jornalista: desconfiei. Emendei perguntas. E a história ficou mais esquisita: ele disse que não tinha apenas jogado no Cruzeiro - tinha jogado com Tostão. E aí, talvez ciente da minha incredulidade, espichou a mão direita e catou uma pasta.
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Saímos do aeroporto, começamos a conversar, e ele logo percebeu que eu era brasileiro. E então passou a falar comigo em um portunhol que pendia para o português. Elogiei-o pela fluência e perguntei se ele já tinha morado no Brasil.
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Uma fadinha skatista do interior do Maranhão, uma judoca cascuda de Porto Alegre, uma ginasta (bailarina) negra da periferia de Guarulhos: que gigantes.
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O Inter oferece a seu torcedor um sentimento muito pior do que a raiva: a indiferença.
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O crime aconteceu em 2012. A vítima, de 49 anos, se chamava Valério Luiz. Ele levou cinco tiros na saída da rádio onde trabalhava.
Seu pai, o também radialista Mané de Oliveira, ao ver a cena do crime, levou as mãos à cabeça e gritou: "O futebol matou meu filho".
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O tanto que valem esses pequenos instantes em que a gente, quase distraído, ainda se permite sentir orgulho do Brasil, bicho.
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Em idos de 2004, eu era estagiário no jornal O Sul, de Porto Alegre - um jornal, digamos assim, peculiar (mas isso é papo pra outro momento).
Um belo dia, o chefe de redação vai à minha mesa e me dá uma missão: recepcionar o secretário de saúde, que havia aparecido de surpresa.
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Buenas, mas passados dez anos, finalmente aconteceu o julgamento. E eu confesso que me surpreendi ao ver Sampaio condenado a 16 anos de prisão. Não porque duvidasse da culpa dele: porque duvidava da capacidade de a Justiça brasileira condenar um homem tão poderoso.
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O Mandetta citar o MITO DA CAVERNA é uma ironia de uma fineza que me deixa à beira da comoção.
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Eu cobri esse caso em 2013. Passei uma semana em Goiânia e fiz duas amplas reportagens - me orgulho de ter ajudado a nacionalizar uma história que seguia restrita a noticiários locais. Ainda tenho aqui em casa pilhas de documentos daquela apuração.
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O secretário de Cultura usou discurso e estética de Goebbels. A secretaria de Comunicação usou frase símbolo de Auschwitz. O presidente parafraseou Mussolini. Apoiadores marcharam portando tochas.
Mas, fora isso, nenhuma relação.
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Naquele dia mesmo, nasceu a suspeita de que o crime poderia ter relação com as críticas que Valério fazia à diretoria do Atlético-GO, seu time do coração. Em uma delas, ele usou a imagem dos ratos abandonando o navio para falar sobre a saída de Maurício Sampaio da diretoria.
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Mas as prisões de Sampaio não duraram muito tempo. Riquíssimo, ele esteve representado por alguns dos melhores advogados de GO e sempre negou participação no crime.
Do outro lado, um jovem advogado, recém-formado, tomou como missão de vida fazer justiça: o filho de Valério.
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Rabisco, anoto, sublinho, dobro, marco, sujo.
Mas isso aí já é coisa de sociopata.
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Um PM foi condenado a 16 anos por ser o executor dos disparos; outros dois homens pegaram 14 anos por participação; um segundo PM foi absolvido. Cabe recurso. Aqui está um resumo do julgamento:
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Logo que chegou à Globo, o Rodrigo me chamou prum café. Ele tinha uma ideia.
Fomos conversando, e uns 15 minutos depois eu saquei que rolava algo genial: ele falava comigo achando que eu era o
@rafaelsbarai
.
Rimos muito naquele dia - ele contou no Troca - e vou rir sempre.
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@rodrigo77alves
"Ô Leopoooooldo, corre aqui ver um negócio na TV. Esse rapaz aí nesse jogo de basquete. Tá vendo? Não é aquele vagabundo, Leopoldo, aquele safado que nos enganou com a água no mercado?"
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Apesar de ser acusado de mandar assassinar um jornalista, Sampaio manteve boas relações com parte da imprensa goiana. A ponto de ser homenageado por um narrador em um gol do Atlético-GO este ano. Detalhe: a narração aconteceu em uma cabine que leva o nome de Valério Luiz.
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O que acho: que o jogo não deve acontecer, assim como não deveria ter acontecido contra o Barcelona. Não há controle absoluto, as datas de manifestação do contágio variam. Jogar implica colocar gente em potencial risco.
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Esta foi uma das linhas de investigação da Polícia Civil. E Sampaio acabou preso - mais de uma vez. Junto com ele, foram detidos dois PMs, um açougueiro e um funcionário do dirigente, todos acusados de organizar ou executar o crime.
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Ao longo do tempo, conforme os réus respondiam em liberdade, uma série de acontecimentos foi adiando a realização do júri popular - incluindo o argumento de que a sede do Tribunal não tinha espaço para abrigar um júri tão grande. A pandemia também atrapalhou.
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Passadas duas horas das primeiras manifestações de Lula, e:
- Bolsonaro de máscara.
- Bolsonaro defendendo vacina.
- Filho defendendo que se vincule imagem do presidente à vacina.
- Ministro da Saúde elogiando a imprensa.
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Quando o júri finalmente foi montado, quando tudo indicava que finalmente sairia o julgamento, um dos jurados deixou o hotel onde estava hospedado. Ele não podia ter feito aquilo. O júri foi cancelado.
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Tchê Tchê, jogador do São Paulo, reforçou a manifestação antirracista de hoje. É um movimento raríssimo no futebol brasileiro. Tem todo o meu apoio.
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Enquanto isso, o Atlético-GO seguiu sua vida, voltou à Série A, disputou até competições internacionais. O mais inusitado aconteceu em 2015, três anos após o crime, quando o clube elegeu um novo presidente. Um nome foi aclamado para o cargo: Maurício Sampaio.
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Morreu hoje, vítima de complicações da Covid-19, o Rodrigo Rodrigues, um dos comunicadores mais talentosos e carismáticos da imprensa brasileira - sujeito extremamente gentil, extremamente alegre.
Aos familiares e amigos mais próximos, deixamos nosso carinho.
Estou devastado.
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Inter pega o Boca. Passando, pega o Flamengo. Passando, pega um combinado da Champions. Passando, pega o Brasil de 1970.
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Bairros que tinham secado voltam a alagar. Pessoas que tinham iniciado a limpeza terão que fazer tudo de novo. De onde tirarão forças?
O prefeito de Porto Alegre não tem que ser cobrado apenas na urna. Tem que responder na Justiça.
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Aqui estão as reportagens:
Parte 1:
Parte 2:
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O mais maluco não é o Gustavo Scarpa ter ressuscitado o Palmeiras com duas batidas na bola.
O mais maluco é que daqui a duas horas ele estará em um quarto de hotel lendo Faulkner.
Que personagem, que jogadorzaço.
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Vejo muita gente reclamando de a cobertura da imprensa estar pesada. De fato, está.
Mas cabe um pequeno lembrete: não é função da imprensa te deixar aliviado, feliz.
A função da imprensa é noticiar o mais próximo possível da realidade.
Quer se sentir bem? Procura um terapeuta
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O Campeonato Paulista de Futebol volta no mesmo dia em que o Estado de São Paulo bate recorde de casos de contaminação por Covid-19.
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Rony, atacante do Athletico, é cria do Brasil profundo - a zona rural de uma pequena cidade no norte do Pará. Não tinha colchão onde dormir; mal tinha comida para comer. Hoje, briga pelo título da Copa do Brasil
Conto aqui um pouco da história dele.
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Não fosse a pandemia, seriam 50 mil pessoas no Beira-Rio sábado. Jogo para consolidar a liderança, famílias unidas, o cheiro de churrasco em volta do estádio, o Pato acenando de um camarote - e então chegaria ele, inevitável como a morte: o gol do Réver aos 47 do segundo tempo.
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O bolsonarismo é o evidente vencedor do dia e vai com força e ânimo pro segundo turno.
Mas cabe lembrar que Lula precisa de menos de 2% do universo que não votou nele para ser eleito - além de manter seus eleitores, claro.
O jogo embolou, mas Lula é favorito.
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Amigos, no meio dessa crise mundial, enquanto lavamos as mãos freneticamente, é hora de admitir uma verdade que o mundo vem tentando esconder:
duas folhas de papel não são suficientes.
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Ser um jogador de futebol no Brasil transformou Mizushima em uma celebridade no Japão. Ele virou garoto-propaganda de fabricantes de computadores e inspirou a criação do personagem Oliver Tsubasa, o Capitão Tsubasa. Lembram? O desenho passou na Manchete como "Super Campeões".
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Essa história eu contei em 2012 no
@globoesportecom
, e é até hoje um dos meus textos preferidos. Dinorah mora para sempre no meu coração. (Fim da thread)
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O secretário deu uma resposta qualquer, algo sobre premiar quem atende bem o público sem deixar de cuidar dos hospitais que precisam melhorar. OK. Virou uma notinha no jornal. Mas aquela ideia, que me pareceu tão, tão ruim, fez com que eu jamais esquecesse daquele secretário.
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Outro ponto interessante do jogo: a presença de um bando de maluco que dedica parte da vida a caçar jogos tipo esse Audax x Tajiquistão: jogos absolutamente aleatórios. Eles viraram amigos de tanto se encontrar em partidas assim. São geniais. (Um abraço pra ti,
@jogosperdidos
)
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Pode existir o arrependido. Pode existir o envergonhado. Mas o que não dá para aceitar é o surpreso. O surpreso se assumirá canalha, porque não há surpresa alguma.
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Um bolsonarista assassinou um petista a facadas e tentou decapitá-lo, informa O Globo.
É urgente que acabe.
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Estou encantado com a informação de que o São Paulo jogará a Copinha com um goleiro chamado Young.
É muita coerência.
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Em dado momento, me veio uma questão:
- Mas secretário: isso não vai fazer com que os hospitais em piores condições (logo, pior avaliados) se tornem ainda piores? Não era justamente com eles que o senhor deveria se preocupar?
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Essa é a foto da pandemia. Está tudo nela: a falta de ar, a aglomeração, a falta de governo, a falta de máscara. Impressionante.
É de Brenno Carvalho, do
@JornalOGlobo
.
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É isso. Nossos queridos tajaquis estreiam no Mundial segunda-feira, em Cariacica-ES, contra Camarões. O grupo também tem Argentina e Espanha.
Toda essa história, claro, está publicada por mim e pelo querido
@diogoventurelli
no
@globoesportecom
. Ei-la:
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Vou para uma sala. Eu, o secretário, o assessor do secretário.
O secretário queria emplacar na imprensa um plano genial que elaborara: uma avaliação, por parte do público, de todos os hospitais públicos do estado.
Os melhor avaliados receberiam mais recursos. Os pior, menos.
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Nunca, nunca, nunca falha.
Empresário que agrediu cinegrafista da Globo em MG é réu por sonegação de impostos.
Leonardo Rivelli, que provocou fraturas na mão de um cinegrafista a golpes de tripé, "omite reiteradamente recolhimento de ICMS" de sua empresa desde 2009, diz MP.
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O risco é o Guilherme de Pádua virar secretário de cultura.
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O retorno de Vagner Mancini ao Grêmio me fez lembrar de alguns dos momentos mais peculiares que vivi na cobertura da Dupla Gre-Nal. O tempo passou, o print é eterno, então é momento de contar. Segue o fio.
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Oito anos sem Fernandão.
Gosto particularmente dessa foto que fiz dele (acho que depois daquele 8 a 1 sobre o Juventude na final de 2008).
Foi um grande cara.
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Mas a glória do nosso herói foi apenas um elemento daquela noite mágica em Osasco. É hora de falar sobre este homem: Musashi Mizushima, um japonês que trabalha com o Tajiquistão.
E morou no Brasil.
E jogou no São Paulo.
E virou DESENHO ANIMADO. Que PASSAVA NA MANCHETE.
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O Emicida é um cara que eu vou escutando e pensando “opa, concordo”, “concordo de novo”, “eita, tem razão”, “caramba, nunca tinha pensado por esse lado”. O cara tem uma lucidez meio invencível.
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Certa feita, escutei uma história que diz muito sobre inteligência militar.
Durante a Ditadura, milicos invadiram a casa de um professor de Arquitetura. Reviraram tudo. Mas só levaram um item: um exemplar de Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Motivo: achavam que era sobre Cuba.
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A gente tá preso num eterno segundo turno entre o "E daí?" do Bolsonaro e o "ainda bem" do Lula.
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A história aconteceu no Rio. Foi lá que a esposa de Euclides, Anna, teve um caso com um jovem militar gaúcho chamado Dilermando. Dilermando tinha um irmão, Dinorah, esse da foto. Dinorah seria a vítima inocente da tragédia. E ele jogava futebol. Onde?
Ora, onde... NO BOTAFOGO.
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No Botafogo, seu maior feito seria o título de 1910, aquele que está no hino do clube. Pequeno detalhe: ao celebrar o título, ele já tinha limitações de movimentos, consequência de uma bala cravada em suas costas. Bala disparada por... Euclides da Cunha.
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No intervalo, visto que era uma noite especial, faltou luz. Mas os refletores logo voltaram. E iluminaram a redenção de Shohrukh.
Porque, meus amigos, Mukhriddin se machucou. E quem foi chamado para voltar? Sim, ele.
E quem DEFENDEU UM PÊNALTI para garantir o empate? SHOHRUKH!
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@globoesportecom
(Um adendo pessoal à história: Anna e Dilermando começaram o romance quando Dilermando morava em uma pensão na rua Senador Vergueiro, no Flamengo, A MESMA RUA EM QUE EU MORAVA QUANDO LI PELA PRIMEIRA VEZ SOBRE ESSE CASO. Surreal)
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Com Dinorah caído, Euclides e Dilermando passaram a trocar tiros. O escritor até atingiu o inimigo no pescoço. Mas Dilermando sabia atirar melhor. Acertou três tiros em Euclides. O terceiro foi no peito. O autor de "Os Sertões" cambaleou até o pátio. Lá, morreu.
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Depois disso, voltou para o Rio Grande do Sul junto com o irmão. Teve momentos melhores, mas jamais superou a tragédia. Em 1921, jogou-se em novas águas: no Rio Guaíba, finalmente encontrou a morte que tanto buscava.
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Fora de si, Dinorah passou a vagar pelas ruas do Rio de Janeiro, sem rumo, sem lar. E, em 1914, tentou se matar. Foi à praia (a praia de Botafogo!) e se jogou na água, ciente de que não conseguiria nadar. Mas acabou salvo.
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A história, claro, foi capa dos jornais por semanas e semanas. A primeira reação foi de incredulidade, e depois foi nascendo uma raiva coletiva pelos irmãos – em tese, responsáveis pela morte de um dos maiores gênios brasileiros. Mas Dinorah seguiu jogando. E foi campeão em 1910.
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Dinorah era zagueiro, e, dizem, dos bons. E às vezes se aventurava no ataque, tanto que fez seis gols (!) em um mesmo jogo – em uma goleada de 13 a 0 sobre o Hadock Lobo. Ele começou no Internacional-SP, depois jogou no América e, em 1909, chegou ao Botafogo.
2
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A tragédia aconteceu no dia 15 de agosto de 1909. Euclides tinha passado os últimos anos desconfiado de Anna, que se envolvia com Dilermando desde 1904. Ela engravidou duas vezes do amante. O primeiro filho durou oito dias. O segundo vingou. E era a cara de Dilermando.
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Hoje, depois de eu publicar essa matéria, o Rony alertou para um equívoco que me surpreendeu: disse que não eram papéis que ele colocava em cima da madeira da cama para simular o colchão; que eram papelões.
O Brasil é uma imensidão, meu velho.
Rony, atacante do Athletico, é cria do Brasil profundo - a zona rural de uma pequena cidade no norte do Pará. Não tinha colchão onde dormir; mal tinha comida para comer. Hoje, briga pelo título da Copa do Brasil
Conto aqui um pouco da história dele.
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O problema é que a bala cravada em sua espinha passou a ter efeitos no corpo. Dinorah começou a perder os movimentos. E logo teve que parar de jogar. Com parte do corpo imobilizado, virou alcoólatra e contraiu sífilis. Com a sífilis, veio também a loucura.
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Lula foi condenado.
Foi preso.
Foi chamado de ladrão, bandido, corrupto.
E voltou para ser eleito contra uma máquina avassaladora.
É amado, é odiado. Seja como for, é o maior fenômeno político desse país desde Getúlio Vargas.
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O governo de São Paulo passou para 75% a taxa de ocupação de UTI aceitável para mudar de patamar no programa de flexibilização da quarentena. Era 60%, mas tava meio difícil ficar abaixo de 60%, então mudaram a regra.
É criminoso.
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A grande personagem não precisa de antagonista: ela tem o antagonista dentro de si.
Maradona não foi o melhor jogador da história do futebol, mas foi a maior personagem.
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A declaração do Lula é uma aberração. É inacreditável que alguém possa ter a insensibilidade de dizer aquilo.
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"A Rebeca nos passa um sentimento de esperança: que tudo vai dar certo".
Daiane dos Santos ♥️
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Hoje ele trabalha para a Federação Japonesa de Futebol e faz intercâmbio em outros países. Treinou na base da Mongólia e agora é auxiliar no Tajiquistão, o que permitiu seu retorno ao Brasil.
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Mizushima, hoje um simpático senhor, veio ao Brasil nos anos 80, com 11 anos, e foi jogar na base do São Paulo. Olha aí a ficha dele na Federação Paulista. Também passou por São Bento, Portuguesa e Santos.
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